Notícia

“Teoria das Restrições” pode melhorar eficiência no atendimento médico

Pesquisador da Universidade do Porto aumentou em 50% eficiência do atendimento em Oftalmologia em hospital de Salvador

Egidio Santos, Universidade do Porto

Fonte

Universidade do Porto

Data

segunda-feira, 15 julho 2019 10:05

Áreas

Computação. Bioinformática. Gestão Hospitalar. Gestão da Saúde.

Se há um motivo de reclamações no que se refere ao atendimento nos serviços de saúde, seja público ou privado, é o tempo de espera. No entanto, o que a maioria das pessoas desconhece é que não são apenas os pacientes que têm de aguardar. Muitas vezes, os profissionais de saúde veem-se constrangidos no cumprimento das suas tarefas, sendo obrigados a aguardar para terem as informações ou os recursos necessários para atenderem os pacientes.

É para dar resposta a estas situações e “agilizar o sistema” que o Dr. Gustavo Bacelarpesquisador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) da Universidade do Porto, em Portugal,  e chefe de informação médica da spin-off VirtualCare, está trabalhando no âmbito do seu projeto de doutoramento em Investigação Clínica e Serviços de Saúde (PDICSS), intitulado A study of implementing Theory of Constraints in healthcare services.

O primeiro caso com intervenção prática foi o Serviço de Oftalmologia do Hospital de Santa Luzia, em Salvador. Após a implementação de um novo processo, o número de pacientes atendidos aumentou em mais de 50%, em quatro semanas e sem qualquer tipo de investimento financeiro. A novidade da solução apresentada pelo Dr. Gustavo está na utilização da Teoria das Restrições, que defende a identificação da “restrição” (ou seja, o fator que limita o desempenho de um sistema ou organização), para subordinar a organização do processo à otimização do trabalho dessa “restrição”.

No caso do Serviço de Oftalmologia do hospital brasileiro, “o recurso que tinha de ser otimizado era o médico”. Assim, o processo foi reconfigurado de forma a evitar que o médico ficasse parado e demasiado dependente de outros profissionais, como enfermeiros e auxiliares. “Quando começamos a intervenção, eram realizadas 12 consultas programadas e 2 consultas extras. No final da nossa intervenção e após apenas quatro semanas, o número de pacientes atendidos subiu para 23 (18 consultas programadas e 5 extras)”, relata o especialista. Em conclusão, foi registado um aumento de 50% no número de consultas programadas realizadas e um aumento de 150% na capacidade de realização de consultas extraordinárias.

“Para além destes resultados mais objetivos, registamos ainda uma melhoria na satisfação das equipes de saúde e na qualidade dos cuidados prestados”, explica Gustavo Bacelar, sublinhando que não foi necessário realizar gastos em novos equipamentos ou recursos humanos.

“Os serviços de saúde não podem ter um médico esperando saber quem será o paciente que deve atender em seguida. O seu tempo deve ser utilizado a 100%, para benefício dos pacientes”, explica Gustavo Bacelar. Para que isso aconteça, “o médico não pode parar porque os pacientes não foram devidamente preparados, porque falta informação clínica ou porque tem de aguardar por outro profissional de saúde, por exemplo, um enfermeiro”, acrescenta.

A próxima intervenção do investigador do CINTESIS terá como alvo o Serviço de Obstetrícia de um grande hospital português. “Numa altura em que o Sistema Nacional de Saúde enfrenta sérios desafios no que se refere à gestão dos seus Serviços de Obstetrícia e Maternidades, a redefinição da forma como o atendimento das pacientes é feito e a sua otimização poderá constituir uma solução particularmente custo-eficiente”, conclui o médico Gustavo Bacelar.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Tiago Reis, REIT, Universidade do Porto. Imagem: Egidio Santos, Universidade do Porto.

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