Notícia

Telereabilitação demonstra resultados satisfatórios após cirurgia ortopédica

Modalidade alternativa de reabilitação possibilita recuperação domiciliar

Shutterstock

Fonte

Tech4Health e The Journal of Bone and Joint Surgery

Data

sexta-feira, 24 julho 2015 20:45

Áreas

Biomecânica. Reabilitação. Fisioterapia.

A reabilitação após cirurgias ortopédicas é parte essencial do tratamento para o restabelecimento da função motora, além de possibilitar o retorno precoce às atividades cotidianas. Usualmente, esta reabilitação é realizada em centros especializados, clínicas e hospitais gerando uma demanda física, econômica e de tempo, tanto para os pacientes como para os acompanhantes. Outro obstáculo diz respeito à dificuldade em encontrar profissionais habilitados e com equipamentos adequados, que estejam situado próximos à residência do paciente.  Muitas vezes, essas dificuldades podem ocasionar baixa adesão relacionada à frequência no processo de recuperação e gerar um prejuízo funcional, déficit de mobilidade e gastos elevados referentes a este recurso terapêutico.

Com o aumento da demanda cirúrgica provocado pelo elevação e progressão das doenças degenerativas articulares, principalmente em idosos e jovens após traumas graves, novas metodologias são necessárias para permitir um acesso universal à reabilitação. Ademais, é crucial possibilitar um melhor cuidado àqueles que necessitam de atenção pós-operatória para antecipar o período de convalescença.

Neste cenário, a telereabilitação é um método inovador e alternativo que permite acesso remoto à equipe de reabilitação utilizando informação e tecnologias de telecomunicação através de câmeras e softwares. O método propicia interação em tempo real, através de vídeo e áudio, permitindo a comunicação entre o paciente e o fisioterapeuta a distância. Tal tecnologia vem sendo utilizada em pacientes após acidente vascular cerebral (AVC).

Na edição de 15 de julho da revista científica The Journal of Bone and Joint Surgery, versão americana [Vol.97(4):1129-41], a pesquisadora Hélene Mòffet e colaboradores do Centro para Pesquisa Interdisciplinar em Reabilitação, em Quebéc, no Canadá, realizaram um estudo duplo-cego randomizado em 205 pacientes submetidos a artroplastia total do joelho (ATJ). Antes da alta hospitalar os pacientes foram alocados em dois grupos: um grupo de telereabilitação, no qual os pacientes receberiam instruções de um profissional especializado relativas ao protocolo de recuperação via vídeo (teleconferência); e outro grupo com visita domiciliar de fisioterapeuta que avaliou e instruiu os pacientes in locu.

Ambos os grupos receberam as mesmas instruções e o mesmo número de interações com o fisioterapeuta por um período de dois meses após a alta hospitalar. Os pacientes foram avaliados antes da ATJ, dois e quatro meses após a alta. Foram utilizados escores validados para analisar a dor, amplitude de movimento, força muscular, capacidade de realizar tarefas do dia-a-dia e qualidade de vida.

Os resultados do estudo demonstraram que não houve prejuízo dos pacientes que foram submetidos à telereabilitação em comparação com a fisioterapia domiciliar após a ATJ. Dentre as vantagens dessa ferramenta, não houve a necessidade de deslocamento do paciente até o centro de reabilitação. Esse benefício pode ser válido em ambientes rurais e longínquos, evitando o desgaste e custos em viagens de longa duração. Apesar da telereabilitação não estar disponível em larga escala, pode ser uma opção promissora para determinados procedimentos cirúrgicos, como as artroplastias, e ser incorporada na prática diária de cirurgiões, centros de reabilitação e hospitais.

Abaixo pode ser visto um vídeo que mostra um exemplo de telereabilitação. O vídeo não corresponde ao estudo científico citado, tendo sido produzido pela Universidade Flinders, na Austrália. O áudio está em Inglês.

Fonte: Tech4Health, com informações da revista The Journal of Bone and Joint Surgery. Imagem: Shutterstock.

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