Notícia

Telemedicina é utilizada para atendimento a distância de pacientes pré-dialíticos

Recursos da telemedicina permitem ampliar assistência, reduzir tempos de espera e aumentar a cobertura do atendimento

Shutterstock

Fonte

Jornal Brasileiro de Nefrologia

Data

sexta-feira, 2 outubro 2015 08:15

Áreas

Nefrologia. Bioinformática. Telemedicina.

A doença renal crônica (DRC) pode ocorrer em estágios avançados de doenças como diabetes e hipertensão, podendo levar a um quadro de falência funcional renal (FFR). Dentre as opções terapêuticas para a DRC destaca-se a terapia renal substitutiva (TRS), que engloba a diálise e o transplante renal. No Brasil, o Censo Brasileiro de Diálise de 2011 revelou que havia 91.314 pacientes em diálise no Brasil e que a prevalência e a incidência da FFR correspondiam a cerca de 475 e 149 por milhão na população. Atualmente, o acompanhamento clínico dos pacientes com DRC acontece nos consultórios médicos através de um pré-agendamento e um acompanhamento clínico e laboratorial do nefrologista. Este procedimento pode demandar um tempo de espera maior, custos mais elevados e algumas vezes pode inviabilizar o comparecimento físico do paciente ao especialista devido à dificuldade de locomoção e translado, além da eventual longa distância para acessar os centros de referência.

A Telemedicina/Telessaúde é a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância é um fator crítico, ampliando a assistência e também a cobertura. Tais serviços são fornecidos por profissionais da área da saúde, usando tecnologias da informação e comunicação para o intercâmbio de informações válidas para promoção, proteção, redução do risco da doença e outros agravos e recuperação. Adicionalmente, a telemedicina possibilita a educação continuada para os profissionais em saúde, os cuidadores e os pacientes, assim como facilita as pesquisas, as avaliações e a gestão da saúde.

Desde 2005, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e os Ministérios da Saúde (MS) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) inseriram a Telemedicina como conjunto temático de indução de editais. Ainda em 2005, foi elaborado o projeto piloto intitulado Projeto de Telemática e Telemedicina em Apoio a Atenção Primária à Saúde no Brasil, hoje conhecido como Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes do Ministério da Saúde, com focos em Atenção Primária, Telemergência, Telediagnóstico e Teleducação. Em 2011, o MS instituiu o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, a partir do Programa Telessaúde Brasil (2009-2011), objetivando incentivar a formação de Núcleos de Telessaúde, baseados em consórcios regionais de municípios ainda em implementação e incluindo algumas áreas da medicina.

Na edição de setembro do Jornal Brasileiro de Nefrologia (vol.3, n.3, p.349-58), a pesquisadora Dra. Natália Maria da Silva Fernandes, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e colaboradores realizaram um estudo com o objetivo de desenvolver um sistema web para o atendimento a distância de pacientes com DRC nos estágios não dialíticos e clinicamente estáveis. Foi  desenvolvido um sistema utilizando a linguagem Java, banco de dados MySQL e framework PrimeFaces; disponibilizado em um servidor de aplicações Glassfish Server Open Source Edition. Foi realizado inicialmente um projeto piloto do sistema virtual, desenvolvido em 4 etapas: concepção, elaboração, construção e transição. Projetos de aperfeiçoamento estão sendo realizados, a fim de desenvolver melhorias funcionais e estéticas ao sistema original.

Na metodologia proposta pelo estudo, o acesso inicial foi realizado pelo nefrologista, que cadastra os pacientes com suas informações pessoais e dados de acesso. Após ser cadastrado, o paciente (ou médico de família) pode inserir os dados de sua consulta e estes serão, na sequência, repassados ao nefrologista para avaliação. O formulário com os dados de interesse é pré-determinado, mas ainda há possibilidade de acrescentar informações de forma livre. O sistema possibilita, adicionalmente, que haja troca de mensagens entre os médicos e os pacientes. Além disso, os usuários recebem mensagens via e-mail alertando-os de suas tarefas. O sigilo é garantido por senhas individuais para médicos e pacientes. Como conclusão, essa ferramenta poderá possibilitar o aumento da área de abrangência dos nefrologistas, diminuição dos custos e aproximação do paciente ao seu médico da atenção básica, utilizando o Programa de Saúde da Família como interface entre o paciente e a atenção nefrológica.

Fonte: Jornal Brasileiro de Nefrologia. Imagem: Shutterstock.

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