Notícia

Surto de tuberculose multirresistente na África do Sul não é detectado por testes padrão

Equipe internacional de microbiologistas publicou suas descobertas na revista Lancet Infectious Diseases

Divulgação

Fonte

Universidade Católica de Leuven

Data

sexta-feira, 26 outubro 2018 10:20

Áreas

Microbiologia. Doenças Infecciosas. Biomedicina.

Em 2017, 1,6 milhão de pessoas morreram de tuberculose. A doença é curável, mas também desenvolveu resistência a medicamentos. No entanto, mesmo a tuberculose multirresistente (TB-MR) ainda pode ser curada com antibióticos alternativos, desde que a doença seja diagnosticada rapidamente.

Testes diagnósticos inadequados

Uma equipe internacional de pesquisadores mostrou que as cepas de TB-MDR desenvolveram maneiras de enganar até mesmo os mais recentes testes diagnósticos, endossados ​​pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E, devido ao amplo uso desses testes, um recente surto na África do Sul permaneceu indetectável por cinco anos.

“Encontramos duas variedades diferentes circulando no Nordeste da África do Sul”, explica o pesquisador Dr. Emmanuel André, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, que liderou o estudo em conjunto com o Dr. Ndivhuho Makhado, do Laboratório Dr. George Mukhari, na África do Sul. “Essas cepas têm uma mutação específica de DNA associada à resistência contra o antibiótico rifampicina. O problema é que essa mutação em particular, que antes era conhecida, mas não muito frequente, não é detectada por testes comerciais que afirmam detectar resistência à rifampicina”, explica o Dr. Emmanuel.

Efeitos prejudiciais

Como resultado, um número substancial de pacientes infectados com cepas de TB-MR foram diagnosticados erroneamente e tratados inadequadamente na África do Sul. “Esses erros de diagnóstico contribuíram para a disseminação do surto e o desenvolvimento de resistência adicional aos medicamentos”, continua o Dr. Emmanuel.

“Precisamos agir agora e repensar como diagnosticamos a tuberculose multirresistente para evitar mais danos. A maioria dos pacientes foi diagnosticada em Rustenburg, uma cidade localizada a 100 km da capital Pretoria, que abriga grandes empresas internacionais de mineração e movimenta um grande número de trabalhadores internacionais. Muitas pessoas que vivem nessas comunidades são trabalhadores migrantes expostos à pobreza e a condições sanitárias precárias”, reforça o especialista.

Teste diagnóstico alternativo

Então, os pesquisadores desenvolveram testes diagnósticos alternativos. A fim de rastrear a mutação [rpoB Ile491Phe] de uma coleção de até 37.644 casos de tuberculose diagnosticados no Laboratório Dr. George Mukhari, em Pretória, entre 2013 e 2016, os pesquisadores selecionaram aleatoriamente um subgrupo de cepas mono-resistentes à isoniazida. Um subconjunto de 249 estirpes foi testado usando um teste rápido MAS-PCR recentemente desenvolvido pelo Dr. Emmanuel André e colegas na Bélgica.

Os casos [rpoB Ile491Phe] positivos foram então avaliados para testes extensivos de resistência a fármacos e análises filogenéticas refinadas usando sequenciação do genoma completo e o ensaio Deeplex © MycTB, um ensaio comercial co-desenvolvido pelo Dr. Philip Supply (CNRS e Institut Pasteur de Lille, França) e Genoscreen (França).

Os resultados deste estudo foram publicados na revista científica Lancet Infectious Diseases.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade Católica de Leuven (em inglês).

Fonte: Dr. Emmanuel André e Katrien Bollen, Universidade Católica de Leuven. Imagem: Divulgação.

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