Notícia

Sensor vestível pode sinalizar o desenvolvimento precoce da COVID-19, mesmo com sintomas leves

Divulgação, Oura

Fonte

Universidade da Califórnia em São Francisco

Data

sábado, 26 dezembro 2020 11:45

Áreas

Bioeletrônica. Engenharia Biomédica. Saúde Pública.

Um anel inteligente que gera dados contínuos de temperatura pode detectar a COVID-19, mesmo nos casos em que não há aparentemente suspeita de infecção. O dispositivo, que pode ser  melhor indicador da doença do que um termômetro, pode levar ao isolamento e testes em fase mais precoce da doença, reduzindo sua propagação, de acordo com um estudo preliminar conduzido pela Universidade da Califórnia em São Francisco (UCSF) e da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos.

Uma análise de dados de 50 pessoas previamente infectadas com COVID-19, publicada recentemente na revista Scientific Reports, descobriu que os dados obtidos a partir do anel inteligente disponível comercialmente identificaram com precisão temperaturas mais altas em pessoas com sintomas de COVID-19.

Embora não se saiba a eficácia com que o anel inteligente pode detectar a COVID-19 em uma pessoa assintomática, que afeta entre 10% a 70% das pessoas infectadas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos, os autores relataram que, para 38 dos 50 participantes, a febre foi identificada quando os sintomas não foram relatados ou mesmo não foram percebidos.

Os pesquisadores analisaram semanas de dados de temperatura para determinar intervalos típicos para cada um dos 50 participantes. “Muitos fatores afetam a temperatura corporal”, disse a Dra. Ashley Mason, pesquisadora principal do estudo e professora no Departamento de Psiquiatria da UCSF. “A medição de temperatura de um único ponto não é muito significativa. As pessoas entram e saem da febre, e uma temperatura claramente elevada para uma pessoa pode não ser um grande indicativo para outra. Informações contínuas sobre a temperatura podem identificar melhor a febre”, explicou a pesquisadora.

De acordo com o Dr. Frederick Hecht, coautor do estudo, professor de Medicina e diretor de pesquisa do Centro de Medicina Integrativa da UCSF, este trabalho é “importante para mostrar o potencial dos dispositivos vestíveis na detecção precoce da COVID-19, bem como de outras doenças infecciosas”.

Detectando doenças com sintomas leves

Embora o número de participantes do estudo fosse muito pequeno para extrapolar para toda a população, os autores disseram que o anel inteligente detectou doenças quando os sintomas eram sutis ou não percebidos. “Isso levanta a questão de quantos casos assintomáticos são realmente assintomáticos e quantos podem simplesmente passar despercebidos ou não relatados”, disse o Dr. Benjamin Smarr, professor do Departamento de Bioengenharia da UCSD e participante do estudo. “Ao usar a tecnologia vestível, podemos ‘consultar’ o corpo diretamente.”

Para conduzir o estudo, os pesquisadores usaram o ‘Oura Ring’, um sensor vestível feito pela startup finlandesa Oura, que pode compartilhar os dados com um aplicativo em um smartphone. O anel mede continuamente o sono e a vigília, as frequências cardíaca e respiratória e a temperatura. Os pesquisadores forneceram os anéis para cerca de 3.400 profissionais de saúde em todos os Estados Unidos e trabalharam com o dispositivo para convidar usuários a participarem do estudo por meio do aplicativo Oura, resultando na inscrição de mais de 65.000 participantes em todo o mundo em um estudo prospectivo observacional recentemente concluído, cujos resultados estão sendo analisados para publicação.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UCSF (em inglês).

Fonte: Universidade da Califórnia em São Francisco. Imagem: Oura Ring. Fonte: Divulgação, Oura.

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