Notícia

Resposta imunológica suprimida pode estar relacionada a dificuldades na cicatrização óssea

Pesquisadores mediram biomarcadores no sangue em um modelo animal para simular uma falha crônica na cicatrização do osso femoral semelhante à observada em casos de trauma humano

Getty Images

Fonte

Universidade de Oregon

Data

sábado, 20 fevereiro 2021 11:00

Áreas

Biomecânica e Reabilitação. Imunologia. Medicina. Ortopedia.

Uma equipe liderada pelo Dr. Robert Guldberg, da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, relatou que medições de células imunológicas e proteínas específicas que circulam no sangue imediatamente após o trauma podem ser combinadas com análises de dados avançadas para prever se as lesões responderão com sucesso ao tratamento. Os resultados foram publicados esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Na pesquisa, a equipe mediu os biomarcadores no sangue em um modelo de camundongo criado anteriormente para simular uma falha crônica na cicatrização do osso femoral semelhante à observada em casos de trauma humano.

“Nossos sistemas imunológicos são muito personalizados. A identificação desses perfis de resposta imunológica desregulados associados à má recuperação pode permitir aos médicos prever com segurança os resultados dos pacientes e potencialmente abrir novas estratégias de tratamento”, disse o Dr. Robert Guldberg. O Dr. Guldberg foi o investigador principal do projeto, que foi apoiado pelo Instituto de Medicina Regenerativa das Forças Armadas dos Estados Unidos e realizado em colaboração com pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Georgia (Georgia Tech) e da empresa Evolved Analytics.

Em uma série de experimentos, o Dr. Guldberg e seus colegas executaram milhares de modelos de dados em centenas de biomarcadores. Eles identificaram níveis elevados de células supressoras derivadas de linhagem mieloide e a proteína imunossupressora interleucina-10 como os mais fortes preditores de regeneração óssea retardada e menos eficaz.

“Nossos estudos mostraram que as células supressoras derivadas de linhagem mieloide estavam consistentemente elevadas no sangue e no tecido local nos pacientes que não responderam ao tratamento, sugerindo que a supressão do sistema imunológico pode afetar negativamente a consolidação músculo esquelética. Isso abre novos alvos terapêuticos potenciais para melhorar os resultados dos pacientes após lesões traumáticas”, destacou o Dr. Guldberg.

Embora as fraturas ósseas padrão cicatrizem em 95% das vezes, as fraturas complexas ou traumas que danificam os ossos e os tecidos moles circundantes, como os músculos, apresentam taxas mais altas de complicações e muitas vezes requerem vários procedimentos antes da cicatrização completa. Fatores como idade ou condições subjacentes, disse o Dr. Guldberg, podem aumentar o risco de complicações, motivando a necessidade de biomarcadores que possam prever os resultados dos pacientes.

Com um subsídio de 2,5 milhões de dólares durante 5 anos recentemente concedido pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), o Dr. Guldberg liderará uma equipe para caracterizar e confirmar os biomarcadores imunológicos em antecipação a um possível estudo clínico em humanos e um teste de uma nova estratégia de tratamento imunomodulador.

“Ficamos bastante intrigados em identificar biomarcadores que pudessem ser medidos no sangue e correlacionados com a recuperação óssea local”, disse o pesquisador. “A observação mais empolgante, porém, foi que os biomarcadores imunossupressores aumentaram uma semana após o tratamento, bem antes que as radiografias pudessem ser usadas para avaliar o progresso da cura”.

Uma resposta imune desregulada semelhante é observada nos estágios iniciais de infecções, câncer e outras doenças.

As células supressoras derivadas de mieloides normalmente se ativam junto com outros grupos de células que respondem a lesões ou a uma condição patológica. Por sua vez, várias proteínas, como as citocinas identificadas no novo artigo, são ativadas para controlar a inflamação. Em condições normais após a lesão, essas respostas compensatórias voltam aos níveis normais.

“Quando as coisas dão errado, os pacientes podem entrar em um estado de inflamação crônica e supressão imunológica sustentada que parece estar associada a resultados insatisfatórios do tratamento. O potencial de usar o perfil sanguíneo de uma pessoa para prever os resultados de cura do paciente pode ser uma verdadeira virada de jogo para os ortopedistas”, concluiu o Dr. Robert Guldberg.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oregon (em inglês).

Fonte: Jim Barlow, Universidade de Oregon. Imagem: Getty Images.

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