Notícia

Reabilitação e terapias de alta tecnologia: tratamento e entretenimento

Usando música ou jogos, a unidade de  inovação em saúde da ‘EuroMov Digital Health in Motion’ está desenvolvendo tratamentos terapêuticos de ponta para a reabilitação de movimentos

Reprodução, EuroMov DHM

Fonte

Universidade de Montpellier

Data

sexta-feira, 24 junho 2022 06:40

Áreas

Biomecânica. Ciência de Dados. Computação. Fisiatria. Fisioterapia. Inteligência Artificial. Reabilitação. Realidade Virtual. Saúde Pública. Terapia Ocupacional.

Muitas das inovações propostas por pesquisadores da Ciência do Movimento do EuroMov Digital Health in Motion (EuroMov DHM), na França, combinam tratamento e distração. Em primeiro lugar, através da música, cujas virtudes na reabilitação de marcha e equilíbrio inspiraram o aplicativo BeatMove para smartphone. “Ao impor um ritmo externo, a música melhora a marcha das pessoas que sofrem da doença de Parkinson”, explicou o Dr. Benoît Bardy, professor de Ciências do Movimento e da Saúde da Universidade Montpellier, na França. Com sua equipe, ele está desenvolvendo um software capaz de sincronizar de forma adaptativa a música com o ritmo da caminhada.

Em termos concretos, o paciente deve equipar-se com seu smartphone e fones de ouvido, além de palmilhas equipadas com sensores de movimento. “Durante o primeiro minuto de caminhada, o algoritmo detecta as características do passo para parametrizar o aplicativo e escolher a música correspondente”, explicou o Dr. Benoît Bardy. O software BeatMove escolhe uma música em um banco de dados com quase 600 músicas para encontrar aquela que corresponde à cadência certa. O software pode escolher entre cinco gêneros musicais: pop, rock, clássico, variedade e jazz.

Um desaparecimento perturbador

“A grande inovação deste algoritmo é que ele adapta o ritmo da música ao ritmo da caminhada em tempo real. O App consegue uma variação de 10 a 20% no ritmo para comprimir ou expandir a música, sem que seja perceptível. Então, se o ritmo do andador mudar muito, o aplicativo automaticamente muda a música”, explicou o professor Benoît Bardy. A escolha das músicas foi feita em parceria com a Universidade Ghent, na Bélgica, para abranger uma ampla variedade. “A inteligência artificial utilizada também permite que o algoritmo antecipe movimentos, gerencie eventos interferentes como subir um plano inclinado, gerencie mudanças de ritmo como subir escadas, entre outras possibilidades”, explicou o pesquisador. O BeatMove também aumenta gradualmente o ritmo de forma subliminar para atingir uma velocidade ideal, calculada para cada paciente. Essa aceleração neutraliza a tendência das pessoas com Parkinson de desacelerar sua caminhada, muitas vezes por precaução ou medo de cair.

Os primeiros resultados são espetaculares. Em 2021, um estudo com 40 pacientes mostrou uma redução pela metade das quedas, uma estabilização da caminhada e um aumento na velocidade de 20%. Um grande estudo clínico está em andamento na França com 400 pacientes, realizado sob a responsabilidade da Clínica Beau Soleil com a Dra. Valérie Cochen de Cock, para garantir que os efeitos benéficos estejam ligados à aplicação e não apenas à retomada da atividade física regular.

Distração do esforço

Vinte publicações e uma patente depois, a start-up BeatHealth deve agora garantir a fase de marketing do aplicativo BeatMove. Várias melhorias já estão previstas, em especial a remoção dos sensores para utilizar apenas os sensores dos smartphones. Outra perspectiva, com o programa ‘Empresas no Campus’ e o Hospital Universitário de Montpellier, é oferecer esta solução não medicamentosa a pessoas obesas para incentivá-las a praticar atividade física, aproveitando o efeito motivador da música. A ‘distração do esforço’ é também o argumento de outro projeto iniciado dentro do EuroMov: a plataforma de jogos terapêuticos Medimoov para a reabilitação de movimentos.

“O ponto de partida do projeto foi um grupo de doutorandos do Laboratório de Ciência da Computação, Robótica e Microeletrônica (LIRMM) da Universidade Montpellier, que estavam determinados a mostrar os efeitos positivos dos videogames”, lembrou Antoine Seilles, então doutorando no laboratório e hoje CEO da Naturalpad, empresa criada para desenvolver o Medimoov. O grupo de jovens pesquisadores estava interessado nos benefícios dos videogames dinâmicos para o exercício físico, principalmente na prevenção de quedas e na reabilitação em lares de idosos. Seu projeto encontrou eco entre médicos especializados, que notaram que três quartos de seus pacientes idosos interromperam sua reeducação, cansados ​​da prática repetitiva ou com medo de se machucar.

Sobre a pirataria e conquista do espaço

O que resta é projetar jogos que sejam eficazes e divertidos. “A Naturalpad está desenvolvendo um processo iterativo para projetar jogos, em colaboração com cuidadores e pacientes, para entender as necessidades terapêuticas e o desejo de jogar”, explicou Antoine Seilles. Assim, as entrevistas com os cuidadores ajudam a escolher os movimentos mais eficazes para a reabilitação.

“Os terapeutas ocupacionais querem que o jogador use movimentos amplos que mobilizem as duas mãos. Já os fisioterapeutas visam movimentos precisos para uma reabilitação mais direcionada. Também conversamos com os jogadores para entender o que eles querem”, disse o desenvolvedor. Porque enquanto os cuidadores pensam em jogos ‘familiares’, como um simulador de direção, os pacientes – por outro lado – pedem pirataria, conquista do espaço ou até mesmo corridas de carros sem limite de velocidade!

Com quinze colaboradores, a equipe da Naturalpad está agora desenvolvendo jogos para pessoas com diferentes patologias, algumas delas deficiências graves. Desde que o primeiro jogo foi desenvolvido em 2011, a empresa agora oferece seus jogos para 150 estabelecimentos médicos, metade dos quais são casas de repouso.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Montpellier (em francês).

Fonte: Universidade de Montpellier. Imagem: Reprodução, EuroMov DHM.

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