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Prevenção do TDAH: parentalidade positiva pode ajudar

Novo estudo indica que promoção da parentalidade positiva, enquanto os pais prestam atenção no temperamento da criança, pode prevenir os sintomas de TDAH

Pixabay

Fonte

Universidade de Montreal

Data

sábado, 17 agosto 2019 11:40

Áreas

Saúde da Criança. Psicologia.

Estudos têm mostrado que o Transtorno do Déficit de Atenção com hiperatividade (TDAH) em crianças pode ser reduzido através da paternidade positiva: encorajando-os, tranquilizando-os, estruturando suas tarefas e, é claro, dando afeto. Mas poucos estudos mediram o efeito da parentalidade positiva quando combinada com a supressão de comportamento inadequado pelas próprias crianças, também conhecido como controle inibitório.

A Dra. Charlie Rioux, formada em psicologia na Universidade de Montreal (UdeM), no Canadá, e sua colega Julie Murray, da Escola de Psico-Educação da UdeM, decidiram analisar este caso. O que elas descobriram poderia levar a intervenções mais direcionadas para prevenir o início e a exacerbação dos sintomas do TDAH.

Publicado na revista científica Development and Psychopathology, o estudo foi supervisionado por pesquisadores do Hospital Universitário CHU Sainte-Justine, Dra. Natalie Castellanos Ryan e Dr. Jean Séguin, e pela professora da UdeM, Dra. Sophie Parent.

Os pesquisadores analisaram dados coletados de 195 mães na área de Montreal. As mães responderam a questionários desde o nascimento de seus filhos até os 7 anos de idade. Foram examinadas a relação entre a parentalidade positiva das mães quando seus filhos tinham quatro anos de idade e o controle inibitório da criança aos seis anos de idade para ver se eles poderiam prever os sintomas de TDAH aos 7 anos de idade.

“Nós medimos a parentalidade positiva observando a interação entre mães e seus filhos durante atividades em que eles tiveram que realizar certas tarefas, como ler ou desenhar uma figura “, explicou a Dra. Charlie Rioux. As mães relataram parentalidade coercitiva e controle inibitório de seus filhos.

Um efeito combinado positivo para crianças

Os resultados indicam que a parentalidade positiva, avaliada quando a criança tem quatro anos, está fortemente associada a sintomas menores de TDAH aos 7 anos. A ligação é ainda mais forte quando a criança tem maior controle inibitório aos 6 anos de idade.

De acordo com as pesquisadoras, essa relação pode ser explicada pelo fato de que crianças com melhor controle inibitório são capazes de prestar mais atenção às ações de seus pais e, como resultado, são mais influenciadas por seu feedback positivo. Por outro lado, crianças com controle inibitório mais fraco e cujas mães adotaram menos práticas parentais positivas apresentaram sintomas mais pronunciados de TDAH.

“Nossos resultados mostram que uma intervenção que visa práticas parentais positivas poderia reduzir ou prevenir os sintomas de TDAH”, disse a Dra. Rioux.

Intervenções a serem favorecidas

Os autores do estudo acreditam que melhorando as “habilidades inibitórias” de uma criança, ela pode se tornar mais receptiva às práticas parentais positivas, “o que pode então retardar ou prevenir o desenvolvimento de sintomas de TDAH”. Nesse sentido, alguns estudos sugerem que programas semi-estruturados de atividade física, como aulas de educação física, poderiam melhorar o controle inibitório em crianças.

Em termos de intervenções para melhorar a parentalidade positiva, existem várias opções para os pais que relatam dificuldade em adotar essas práticas. “Há programas para esse fim – oferecidos em hospitais como o CHU Sainte-Justine ou em várias organizações comunitárias – e também é possível consultar um psicopedagogo, um psicólogo ou livros de especialistas sobre o assunto”, disse a Dra. Rioux.

Segundo ela, o importante é buscar melhores práticas parentais, sem necessariamente buscar a perfeição. “Ninguém é perfeito e o importante é procurar melhorar suas habilidades de forma contínua”, staca a Dra. Rioux. “A ideia é incentivar práticas parentais mais positivas. Quando em uso constante, elas estão associadas a menos sintomas de TDAH”, conclui a especialista.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Montreal (em inglês).

Fonte: Jeff Heinrich, Universidade de Montreal. Imagem: Pixabay.

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