Notícia

Pesquisadores portugueses descobrem novo gene que predispõe para a enxaqueca

Estudo premiado pela Sociedade Portuguesa de Neurologia apresenta novos dados para a compreensão da doença e desenvolvimento de novas terapias

Anh Nguyen via Unsplash

Fonte

Universidade do Porto

Data

sábado, 5 dezembro 2020 12:20

Áreas

Medicina. Neurociências. Neurologia.

Pela primeira vez, foi demonstrado que a neurexina, um gene que está presente na comunicação entre os neurônios, tem influência na enxaqueca. O trabalho, cujo primeiro autor é o Dr. Miguel Alves-Ferreira, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal, foi recentemente distinguido com o Prêmio Orlando Leitão, destinado à melhor apresentação oral no congresso anual da Sociedade Portuguesa de Neurologia (SPN).

A enxaqueca é uma doença crônica caracterizada por episódios de dor de cabeça intensa, associados a sintomas neurológicos e autonômicos. Tem uma prevalência muito elevada (é a terceira doença mais comum no mundo, mais prevalente do que o diabetes, epilepsia e asma juntas) e um grande impacto socioeconômico, sendo considerada pela Organização Mundial de Saúde como a oitava causa de incapacidade.

De acordo com o Dr. Miguel Alves-Ferreira, “há muito que se sabe que a enxaqueca tem uma grande componente familiar”. Tanto que “num estudo de agregação familiar em doentes portugueses, efetuado pelo nosso grupo, verificou-se que os familiares em 1º grau têm um risco três a quatro vezes superior, comparativamente com a população em geral, o que sugere que há uma forte componente genética”, explicou o pesquisador do grupo UnIGENe do i3S.

Sobre o surgimento da enxaqueca, o Dr. Miguel sublinha que “apesar das alterações fisiológicas da enxaqueca ainda não serem totalmente conhecidas, sabe-se que há vários mecanismos no sistema nervoso central que funcionam em dominó”.

“Primeiro, há um nervo que é ativado, o que faz com que os neurônios libertem pequenas partículas, os chamados neurotransmissores; segue-se uma inflamação e dilatação dos vasos sanguíneos, que desencadeia depois a enxaqueca (a dor)”, acrescentou o pesquisador.

Com o estudo, segundo o Dr. Miguel, foi então possível “demonstrar pela primeira vez o envolvimento da neurexina na enxaqueca”, deixando assim caminho aberto para a para uma melhor compreensão da doença.

“Este gene, que tem um papel essencial na adesão de neurônios durante a sinapse (ajuda à proximidade física no processo de comunicação entre os neurônios), e as suas interações com outros genes do sistema nervoso central podem ajudar a resolver um quebra-cabeça de imensa complexidade, permitindo-nos o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas”, concluiu o Dr. Miguel Alves-Ferreira.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Luísa Melo, i3S. Imagem: Anh Nguyen via Unsplash.

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