Notícia

Pesquisadores estudam soluções para amenizar a sede de pacientes antes e depois de cirurgias

Pesquisas no Departamento de Enfermagem da UEL surgiram após ser constatada a sede em queixas de pacientes tanto no período pré quanto pós-operatório

Divulgação, UEL

Fonte

UEL | Universidade Estadual de Londrina

Data

terça-feira, 21 janeiro 2020 17:20

Áreas

Enfermagem.

Estudos e pesquisas para entender e manejar a sede de pacientes em situação de pré e pós-operatório. Esse é o objetivo do Grupo de Estudos e Pesquisa da Sede (GPS), coordenado pela professora Dra. Ligia Fahl Fonseca, do Departamento de Enfermagem do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Tal objetivo levou à criação do picolé de gelo e a goma mentolada, tendo como principal função aliviar a sede do paciente.

As pesquisas surgiram após ser constatada a sede em queixas de pacientes tanto no período pré quanto pós-operatório. A duração do jejum total – que inclui restrição à água – antes e depois do procedimento, depende da cirurgia a ser realizada. A professora Lígia Fonseca diz que procurou estudos e não havia, em nível internacional, trabalhos que abordassem o tema. “A gente foi procurar estudos de prevalência de sede em pacientes cirúrgicos e não achava, nem em bancos de busca”.

E por que a área de enfermagem se interessou pelo assunto? Exatamente porque são esses profissionais que atuam no cuidado ao paciente. A sede, conforme pesquisadores do GPS, pode ser provocada em qualquer procedimento cirúrgico e a sua intensidade depende de vários fatores, como características pessoais do paciente, ansiedade, tempo de jejum e medicamentos como os opioides.

Conforme a professora Lígia Fonseca, estudos do grupo indicam que no pós-operatório 75% dos adultos apresentam queixa sobre a sede. Em crianças, esse número é de 86% e em pacientes de cirurgia bariátrica, a queixa chega a 97%. O grupo de pesquisa foi criado em 2010 e, atualmente, tem a participação de 18 alunos de Iniciação Científica, da residência de Enfermagem e da pós-graduação Stricto sensu (mestrado e doutorado).

Picolé de gelo

O grupo de pesquisadores do Departamento de Enfermagem, ao entender o processo da sede em pacientes cirúrgicos, desenvolveu ações para minimizar o desconforto. O modelo de manejo da sede considera quatro pilares: a) identificação, b) mensuração, c) segurança e d) estratégias.

Entre essas ações, estão o picolé de gelo e o hidratante labial. Os testes foram realizados com sucesso, comprovando a sua eficácia. No entanto, os picolés são produzidos pelo próprio grupo, de forma artesanal, muitas vezes, bancando pessoalmente os custos para a sua produção. “A gente faz manualmente na sala de recuperação, um picolé de água. Se falta palito, a gente compra. A gente vai dar curso fora e muitos perguntam onde comprar, mas não existe o picolé [no mercado]”, explica a Dra. Lígia.

Por isso, a mestranda Natiely Motta, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, desenvolve o processo de produção do picolé, que pode ser em larga escala. Para isso, ela pensa o produto levando em conta a fórmula, testes químicos, embalagem e normas da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ao todo, a estudante deverá realizar 12 testes.

Referência

No Brasil, os estudos da UEL sobre a sede já se tornaram referência. Em setembro do ano passado, durante o 14º Congresso Brasileiro de Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização, professores e estudantes da UEL ministraram três oficinas, que abordaram os avanços em relação ao manejo da sede.

A professora Lígia Fonseca, que já fez apresentações da iniciativa em Boston, nos Estados Unidos, informa que vários hospitais do Brasil têm procurado a UEL para a implantação do manejo da sede em pacientes cirúrgicos. Neste ano, o grupo de pesquisa inicia negociações com o Hospital de Câncer de Barretos, no interior do estado de São Paulo.

Acesse a notícia completa na página da UEL.

Fonte: Reinaldo C. Zanardi, Agência UEL. Imagem: Divulgação, UEL.

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