Notícia

Pesquisadores da UFRN estudam a aplicação de nanopartículas de ouro para combater o câncer

Nanopartículas de outro são direcionadas com quinoxalinas sintetizadas em sua superfície

Cícero Oliveira Júnior

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

sábado, 16 fevereiro 2019 10:30

Áreas

Nanotecnologia. Biologia Celular e Molecular. Bioquímica. Medicina. Oncologia.

Apesar do avanço da ciência, o câncer ainda é uma das doenças mais temidas da humanidade. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer, ligada à Organização Mundial de Saúde (OMS), estimou 18 milhões de novos casos no ano passado, com crescimento de 28% nos últimos seis anos. Isso significa que um em cada cinco homens e uma em cada seis mulheres no mundo desenvolverá câncer durante a sua vida. Por se tratar de uma doença de múltiplos fatores causada pelo acúmulo de mutações genéticas que levam à proliferação anormal de tecidos, é difícil traçar um único caminho para o tratamento do câncer. Contudo, novo estudo publicado na revista científica New Journal of Chemistry por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) abre caminhos para a realização de tratamentos mais efetivos usando o direcionamento de nanopartículas.

A decodificação da seqüência do genoma humano possibilitou à Ciência localizar os genes mais frequentemente mutados diretamente correlacionados às proteínas superexpressas no crescimento de tumores cancerosos. Isso foi fundamental no avanço e aparecimento de novas pesquisas e tratamentos contra a doença. Uma delas é a terapia direcionada que permite atacar somente as células cancerosas, ao contrário da quimioterapia que também afeta as células normais e provoca muitos efeitos negativos à saúde dos pacientes. Acontece que este tratamento é ainda muito complexo e caro, o que dificulta sua popularização.

No novo estudo, os cientistas modificaram, de forma simplificada, nanopartículas de ouro através da inserção, em sua superfície, de quinoxalinas sintetizadas. Além disso, usando simulação molecular (in silico), observaram que esta mutação permite atacar, com grande eficiência, células cancerosas por meio da terapia dirigida. Menores que 100 nanômetros, as nanopartículas de ouro podem, por exemplo, transportar medicamentos para o interior das células sem perfurar as membranas celulares. Também podem ser carreadas para partes específicas do corpo humano em intervalos controlados. Já as quinoxalinas são agentes antitumorais e anticancerígenos capazes de inibir enzimas envolvidas na proliferação, motilidade e diferenciação do câncer. Devido a sua vasta gama de aplicações, que inclui luminescência e biomedicina, são identificadas algumas vezes como “moléculas reconhecedoras de tumores”.

Autodestruição celular

Segundo o professor Dr. Luiz Gasparotto, do Laboratório de Eletroquímica e Nanopartículas Aplicadas (LENA) da UFRN, as nanopartículas de ouro se aquecem quando submetidas à luz de determinados comprimentos de onda, o que pode instigar o “suicídio celular” a partir do calor. “A ideia central é concentrarmos nanopartículas de ouro na região do tumor, de modo que a aplicação de luz aqueça a região tumoral, levando apenas células doentes ao suicídio”, explica o pesquisador.

A grande questão é que as nanopartículas de ouro não sabem que devem colar apenas em células tumorais. É neste ponto que entram as quinoxalinas. Estudos computacionais mostraram que duas quinoxalinas têm excelente afinidade por determinadas células tumorais e, por isso, “grudam” muito bem em determinados tipos de cânceres. “Os cálculos teóricos indicam uma forte tendência de interação dessas quinoxalinas com o sítio ativo da enzima-alvo, com os aminoácidos que apresentam as interações mais fortes sendo iguais aos de outros ligantes já reportados na literatura”, contextualiza o Dr. Sérgio Ruschi, do Laboratório de Neurobiologia Celular e Molecular do Instituto do Cérebro (ICe) da UFRN.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFRN.

Fonte: José de Paiva Rebouças de ASCOM – Instituto do Cérebro, UFRN. Imagem: Cícero Oliveira Júnior.

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account