Notícia

Pesquisa avalia impacto da COVID-19 em atletas

Atletas de diferentes modalidades esportivas responderão a um questionário sobre condições sociodemográficas, de treinamento e hábitos de vida e saúde

Nicolas Hoizey via Unsplash

Fonte

FAPERJ | Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

terça-feira, 23 junho 2020 07:50

Áreas

Biomecânica. Educação Física. Medicina.

De acordo com um trabalho conjunto de pesquisadores do Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (UEZO) e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), a alta intensidade do volume de treino diário dos atletas profissionais – cerca de 6 a 8 horas por dia – pode aumentar a ventilação alveolar e diminuir os níveis do anticorpo IgA, tornando maior o risco de infecção viral no trato respiratório desses desportistas.

O estudo, coordenado pela pesquisadora Dra. Jamila Perini, está avaliando cerca de 1 mil atletas, com idade entre 18 e 45 anos, praticantes de diferentes modalidades esportivas. “Estamos trabalhando na identificação de alterações genéticas que levam à predisposição a lesões, buscando identificar um marcador genético que favoreça um diagnóstico precoce. Mas, diante do isolamento social, vimos a necessidade de voltar nossos esforços para as consequências da pandemia na vida dos atletas”, explica a médica, que recebe apoio da FAPERJ para a realização de suas pesquisas por meio do Programa Jovem Cientista do Nosso Estado. Segundo ela, as consequências da COVID-19 na vida dos atletas não se resumem à alteração na rotina de treinos, mas à crise financeira decorrente da redução de salários e os problemas psicológicos ocasionados pela quarentena.

A Dra. Jamila ressalta que os fatos também comprovam a suscetibilidade dos atletas – profissionais ou não – ao novo coronavírus, já que o primeiro caso registrado na Europa, mais especificamente na Itália, foi a infecção em um homem de 38 anos, que participava regularmente de eventos esportivos, como corridas e jogos de futebol. Um dia antes de apresentar os primeiros sintomas ele havia participado de uma partida de futebol, mas, quatro dias depois, foi internado em unidade de terapia intensiva (UTI) por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Ou seja, apesar de muitas pessoas acreditarem que os atletas podem ser assintomáticos ou apresentarem sintomas leves de uma gripe sem maiores conseqüências, os estudos vêm mostrando que nem mesmo eles estão livres dos desfechos mais graves associados à doença.

Não é de hoje que a saúde respiratória do atleta é uma preocupação da medicina esportiva. Estudos realizados desde a década de 1990 já relatavam um aumento de episódios virais nas vias aéreas inferiores, em atletas de maratona, causando febre, tosse seca, mal-estar e dispneia como efeitos agudos na semana seguinte à competição. “Por terem um pulmão considerado ‘ideal’, com condições fisiológicas capazes de aumentar a ventilação alveolar durante exercícios intensos, os atletas ficam mais propensos a inalação de partículas virais”, explica o doutorando Lucas Lopes.

O questionário que será aplicado aos atletas abordará questões sociodemográficas, características do treinamento a que estão se submetendo, seus hábitos de vida e saúde, informações sobre a COVID-19 e a pandemia, incluindo se o atletas e/ou alguém da sua família foi infectado e o apoio dado pelo clube; aspectos sobre seu comportamento durante o distanciamento social, e sua escala de resiliência, ou seja, sua capacidade de lidar positivamente com as dificuldades. O que os pesquisadores também indagam é se a medicina esportiva está preparada para enfrentar todas as consequências da pandemia. E esperam que o estudo possa contribuir para esse enfrentamento. A revista científica The Lancet publicou, no início de junho, artigo sobre os eventuais problemas respiratórios enfrentados pelos atletas com a chegada da pandemia.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Paula Guatimosim, FAPERJ. Imagem: Nicolas Hoizey via Unsplash.

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