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Parto normal: episiotomia pode ser benéfica em alguns casos

Pesquisa canadense indica que as episiotomias vêm diminuindo naquele país, mas podem ser úteis quando o parto normal necessita de instrumentos, como no parto fórceps

Pixabay

Fonte

Universidade da Colúmbia Britânica

Data

quinta-feira, 24 outubro 2019 07:45

Áreas

Medicina. Saúde da Mulher. Obstetrícia.

No Canadá, a taxa de episiotomia – incisão efetuada na região do períneo (área muscular entre a vagina e o ânus) que ajuda a ampliar o canal do parto – diminuiu nos últimos anos, mas quando se trata de partos assistidos por fórceps ou vácuo, essa tendência de queda merece um olhar mais atento, sugere nova pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá.

A episiotomia tem como objetivo auxiliar o parto e minimizar as lesões no períneo. A episiotomia já foi considerada rotineira, mas seu uso começou a declinar nos anos 90, quando uma série de estudos revelou que a prática não era apenas ineficaz na proteção das mulheres contra lesões, mas na verdade aumentava a dor e prolongava o tempo de recuperação. No entanto, esse achado se aplicava apenas a partos vaginais que não precisavam de assistência por fórceps ou vácuo – que podem ajudar no parto de um bebê quando surgem problemas.

Um novo estudo, publicado no último dia 21 de outubro na revista científica Canadian Medical Association Journal, descobriu que, embora exista um risco maior de dor e prolongamento no tempo de recuperação da mãe quando a episiotomia é usada em partos não assistidos, quando se trata de partos com assistência a prática ainda deve ser considerada.

“A acentuada diminuição na taxa de episiotomia entre partos vaginais assistidos por instrumentos sugere que este pode ser um exemplo de ‘fluência clínica’, onde a recomendação para não se usar a episiotomia de rotina em partos vaginais não assistidos pode ter sido generalizada e aplicada a todos os partos vaginais , incluindo aqueles onde há instrumentos envolvidos e onde pode haver um benefício”, diz a principal autora do estudo, a Dra. Giulia Muraca, pós-doutoranda do departamento de obstetrícia e ginecologia da UBC e da unidade de epidemiologia clínica do Instituto Karolinska em Estocolmo, Suécia .

Para o estudo, os pesquisadores usaram dados fornecidos pelo Instituto Canadense de Informações em Saúde para analisar as tendências no uso de episiotomia em mais de 2,5 milhões de nascimentos no Canadá entre 2004 e 2017. Eles descobriram que, em geral, a taxa de episiotomia está diminuindo entre os partos não assistidos e os assistidos, apesar do fato da episiotomia poder proteger contra lesões graves entre as mulheres deste último grupo.

Os pesquisadores também examinaram a relação entre episiotomia e lesão obstétrica do esfíncter anal (OASI, da sigla em inglês), uma condição caracterizada por graves lesões no períneo. Lesões graves nessa área podem levar a dor a curto e longo prazo, infecção, problemas sexuais e incontinência. No Canadá e em outros países , a taxa de OASI aumentou em até 15% nos últimos anos. Somente em 2017, cerca de 18% das mulheres no Canadá foram diagnosticadas com OASI após um parto fórceps ou com vácuo.

A episiotomia foi associada a uma redução de até 42% no risco de OASI entre mulheres que tiveram parto vaginal pela primeira vez.

Os resultados sugerem que os obstetras devem ser cautelosos ao aplicar as mesmas diretrizes de episiotomia a todos os pacientes, observou a Dra. Giulia Muraca.

“A generalização das diretrizes de episiotomia para todos os partos vaginais pode causar danos, principalmente em mulheres que dão à luz o primeiro filho e em mulheres que têm um parto vaginal após cesariana”, concluiu a especialista.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Colúmbia Britânica (em inglês).

Fonte: Kerry Blackadar, Universidade da Colúmbia Britânica. Imagem: Pixabay.

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