Notícia

Órgãos públicos reconhecem método diagnóstico de esquistossomose

Técnica de diagnóstico foi desenvolvida pelo Grupo de Parasitologia Biomédica da PUCRS

Divulgação

Fonte

PUC-RS

Data

sexta-feira, 2 março 2018 11:30

Áreas

Biomedicina. Microbiologia. Saúde Pública.

Desenvolvido pelo Grupo de Parasitologia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em parceria com a Universidade de Queensland e Universidade da Austrália Ocidental, ambas da Austrália, o método de diagnóstico para esquistossomose chamado Helmintex foi adotado como “Padrão Ouro” em um estudo coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde do Brasil. O “Padrão Ouro” é o processo de diagnose que apresenta maior sensibilidade para detecção de uma doença, e por isso serve de referência para o estudo de outros procedimentos de diagnóstico. Reconhecendo a competência do Helmintex, o Ministério decidiu realizar uma pesquisa multicêntrica de avaliação de métodos com o objetivo de verificar a eficiência no Brasil de um teste rápido de urina, que é indicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), comparado ao método criado na PUCRS.

Para a execução do estudo foram escolhidas oito áreas endêmicas a serem monitoradas pelas instituições PUCRS, Universidade Federal do Ceará (UFC)Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz)Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia)Centro de Pesquisas René Rachou (Fiocruz Minas) e Instituto Evandro Chagas(IEC). O grupo liderado pelo coordenador do Grupo de Parasitologia Biomédica e integrante do Comitê de Assessoramento Técnico para esquistossomose do Ministério da Saúde, professor Dr. Carlos Graeff, ficará responsável por duas regiões, uma região de controle negativo no interior do Rio Grande do Sul e outra no Sul do Sergipe.

A segunda região foi local de recentes expedições de campo que compuseram o trabalho de duas alunas dos Programas de Pós-Graduação em Zoologia e em Medicina, Catieli Lindholz e Vivian Favero. O artigo, intitulado “Study of diagnostic accuracy of Helmintex, Kato-Katz, and POC-CCA methods for diagnosing intestinal schistosomiasis in Candeal, a low intensity transmission area in northeastern Brazil” foi aprovado e será publicado em 8 de março próximo, na revista PLoS Neglected Tropical Diseases (PLoS NTD), publicação que é referência internacional em doenças tropicais.

Helmintex

O desenvolvimento do método teve início há 13 anos, quando uma aluna de doutorado, sob supervisão do professor Carlos Graeff, da Escola de Ciências da Saúde, fez uma descoberta inédita nas dependências do Grupo de Parasitologia Biomédica. Estudando os ovos do parasita Schistosoma, causador da esquistossomose, Cândida Teixeira descobriu que eles possuem comportamento magnético. Essa característica é o principal fator do método e o que o torna tão sensível e eficiente na detecção da doença, pois auxilia a separar os ovos de todo o resto da amostra ao colocar magneto na parede do frasco e atrair uma parte dos ovos através do campo magnético.

De acordo o professor, o Helmintex, já patenteado pelo Escritório de Transferência de Tecnologia da PUCRS (ETT), possui mais duas principais utilidades além do uso como referência na avaliação de métodos e antígenos.  Devido a sua alta sensibilidade de diagnóstico, pode ser aplicado para certificar a eliminação da esquistossomose em regiões de baixa endemicidade, auxiliando no direcionamento de verbas públicas voltadas para a saúde. Além disso, é eficiente como método diagnóstico clínico individual, uma vez que seu alto valor preditivo negativo assegura o atestado de cura do indivíduo. O pesquisador destaca também a contribuição social do projeto, uma vez que a esquistossomose é uma doença que acomete grupos mais vulneráveis e de baixa renda, mais especificamente, 206 milhões de pessoas em 52 países em 2016, de acordo com dados divulgados pela OMS.

Acesse a matéria completa no site da PUC-RS.

Fonte: PUC-RS. Imagem: Divulgação.

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