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Novo dispositivo pode ajudar a restaurar a visão de pessoas cegas

Dispositivo revolucionário de visão cortical, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Monash e que poderá ajudar a restaurar a visão de pessoas cegas, está sendo preparado para os primeiros testes clínicos em humanos em Melbourne, na Austrália

Divulgação, Universidade Monash

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 21 setembro 2020 11:45

Áreas

Bioeletrônica. Engenharia Biomédica. Neurociências. Oftalmologia.

Por meio do projeto Cortical Frontiers da Universidade Monash, na Austrália, pesquisadores desenvolveram implantes eletrônicos sem fio miniaturizados que ficam na superfície do cérebro e têm a capacidade de restaurar a visão. Outras pesquisas também mostraram-se promissoras com o uso desta tecnologia, fornecendo  melhores resultados de saúde para pacientes com condições neurológicas de outra forma intratáveis, como a paralisia de membros.

Muitas pessoas que são clinicamente cegas têm nervos ópticos danificados. Isso evita que os sinais sejam transmitidos da retina para o “centro de visão” do cérebro.

O sistema de visão biônica Gennaris pode contornar esse dano, tornando possível tratar muitas condições que atualmente apresentam limitações de tratamento. Gennaris é uma criação do Grupo de Visão de Monash (MVG). O sistema consiste em um capacete personalizado com uma câmera e um transmissor sem fio, uma unidade de processamento de visão e software, e um conjunto de placas de 9 × 9 mm que são implantadas no cérebro.

A cena capturada pela câmera de vídeo é enviada para o processador de visão – semelhante em tamanho a um smartphone – onde será processada para extrair as informações mais úteis. Os dados processados ​​são transmitidos sem fio para circuitos complexos dentro de cada placa implantada; isso converterá os dados em um padrão de pulsos elétricos, o que estimulará o cérebro por meio de microeletrodos finos como fios de cabelos.

Há mais de 10 anos em desenvolvimento, este projeto tem o potencial de estimular o crescimento na fabricação australiana de sistemas de implantes cerebrais. Com financiamento adicional, esta tecnologia que permitirá a mudança de vida de muitas pessoas será fabricada em Melbourne para distribuição global.

“As próteses de visão cortical visam restaurar a percepção visual para aqueles que perderam a visão, fornecendo estimulação elétrica ao córtex visual – a região do cérebro que recebe, integra e processa informações visuais”, disse o Dr. Arthur Lowery, pesquisador principal do projeto, líder do grupo de pesquisa e professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Sistemas Computacionais da Universidade Monash. “Nosso design cria um padrão visual a partir de combinações de até 172 pontos de luz (fosfenos) que fornecem informações para o indivíduo navegar em ambientes internos e externos e reconhecer a presença de pessoas e objetos ao seu redor”, continuou o pesquisador.

“Se for bem-sucedida [nesta nova fase do projeto], a equipe do MVG criará uma nova empresa com foco em fornecer visão para pessoas com cegueira intratável e movimento para os braços de pessoas paralisadas por tetraplegia, transformando seus cuidados de saúde”, destacou o Dr. Philip Lewis, também professor do Departamento de Engenharia Elétrica e de Sistemas Computacionais da Universidade Monash.

Atualmente, os pesquisadores concluíram um teste bem-sucedido em ovelhas, com descobertas publicadas na revista científica International Journal of Neural Engineering. O trabalho representa um dos primeiros testes de longo prazo de uma prótese de visão cortical totalmente implantável no mundo.

Em estudos pré-clínicos, 10 matrizes (sete ativas e três passivas) foram implantadas usando um sistema de inserção desenvolvido para esse fim. A estimulação foi fornecida por meio dos sete dispositivos ativos por até nove meses. Cumulativamente, mais de 2.700 horas de estimulação foram realizadas sem quaisquer efeitos adversos à saúde observáveis.

“Os resultados do estudo indicam que a estimulação de longo prazo por meio de matrizes sem fio pode ser alcançada sem indução de dano generalizado ao tecido, nem problemas comportamentais visíveis ou convulsões resultantes da estimulação”, disse o Dr. Jeffrey Rosenfeld, do Hospital The Alfred, na Austrália.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Divulgação, Universidade Monash.

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