Notícia

Nova ferramenta pode ajudar desenvolvimento de membros protéticos

Neurocientistas estudam a complexa coordenação física e mental necessária para movimentos aparentemente simples

ThisisEngineering via Unsplash

Fonte

Universidade de Alberta

Data

segunda-feira, 31 agosto 2020 10:45

Áreas

Biomecânica. Engenharia Biomédica. Neurociências. Ortopedia. Próteses. Reabilitação. Terapia Ocupacional.

Os usuários de próteses têm que olhar por mais tempo para o objeto com o qual estão interagindo do que pessoas sem deficiência, de acordo com a pesquisa da Universidade de Alberta, no Canadá, o que ilustra apenas uma das complexidades envolvidas no desenvolvimento da próxima geração de membros protéticos.

“Existem dispositivos protéticos se tornando disponíveis que são quase indistinguíveis dos membros reais, mas o verdadeiro problema é, se você pensar em quantas maneiras diferentes existem de mover sua mão, cada uma delas precisaria de um canal de informação específico”, disse o Dr. Craig Chapman, neurocientista do movimento da Faculdade de Cinesiologia, Esporte e Recreação da Universidade de Alberta. “Eles projetaram essas mãos lindas, mas é muito difícil controlá-las”, destacou o pesquisador.

O Dr. Chapman e sua equipe, que inclui a Dra. Jacqueline Hebert, especialista em Medicina Física e Reabilitação da Faculdade de Medicina e Odontologia da universidade, estão interessados ​​nos tipos de decisões de movimento e os numerosos cálculos em que não pensamos quando estendemos a mão para fazer algo tão simples como agarrar uma maçaneta para abrir a porta.

Para ajudar a desvendar os processos por trás de cada movimento, o Dr. Chapman usa principalmente rastreamento de movimento do corpo e dos olhos para reunir os dados necessários para entender o que está acontecendo no cérebro.

O Dr. Chapman e sua equipe desenvolveram uma ferramenta chamada Gaze and Movement Assessment, ou GaMA, como uma forma de rastrear os movimentos do corpo e dos olhos e colocar tudo em um espaço tridimensional significativo.

Usuários [de próteses] foram equipados com um rastreador ocular montado na cabeça que se encaixa como um par de óculos. Ao mesmo tempo, marcadores de captura de movimento são colocados no membro superior que está sendo rastreado, bem como em qualquer outra parte do corpo de interesse, como a cabeça ou o torso. Então, foram solicitados a realizar duas tarefas simples que imitam tarefas que os usuários de próteses de membros encontrariam no mundo real. Uma tarefa é pegar uma pequena caixa e movê-la para três posições de prateleira diferentes. Uma segunda tarefa considera o movimento em torno de um copo.

“Embora pareçam tarefas simples, elas foram projetadas com um clínico e um terapeuta ocupacional, e desafiam os usuários de próteses de maneiras únicas”, disse o Dr. Chapman.

As medidas de movimento da mão, cinemática da articulação angular e olhar fixo foram comparadas com aquelas de uma amostra diferente de adultos sem deficiência que haviam realizado anteriormente o mesmo protocolo.

A pesquisa mostrou que o usuário da prótese continua olhando para o dispositivo e o objeto, enquanto as pessoas sem deficiência olham para a frente, para onde irão colocá-lo: “Seus olhos estão livres para ir para o próximo lugar e começar a planejar um movimento de sucesso”, destacou o pesquisador.

O Dr. Chapman disse que seus estudos mostram que os participantes muitas vezes se esforçam demais para completar uma tarefa. “Eles vão adaptar seu corpo para completar o movimento, mas talvez o estejam fazendo de uma forma que pode eventualmente causar algum tipo de lesão por fadiga”.

O especialista observou que o impacto mais amplo do sistema para o desenvolvimento dos membros protéticos é que ele poderia ajudar a preencher as lacunas de conhecimento em qualquer  deficiência motora sensorial.

“Se você imaginar alguém que está desenvolvendo um tremor porque tem [a Doença de] Parkinson, teve um derrame ou está envelhecendo, e está aprendendo a recuperar sua função motora … achamos que podemos realmente acessar alguns mecanismos subjacentes para descobrir qual exatamente é a deficiência que está ocorrendo”, concluiu o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).

Fonte: Michael Brown, Revista Folio, Universidade de Alberta. Imagem: ThisisEngineering via Unsplash.

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