Notícia

Nanopartículas aquecidas contra o câncer

Le Fèvre R. et al., Theranostics

Fonte

Universidade de Zurique

Data

terça-feira, 11 dezembro 2018 10:50

Áreas

Nanotecnologia. Biologia Celular e Molecular. Medicina. Oncologia.

O fato de que o calor pode ajudar a combater o câncer é conhecido desde a antiguidade. Como se sabe hoje, isso ocorre porque as células cancerígenas são mais sensíveis ao calor do que as células saudáveis.

A exposição prolongada e repetida a altas temperaturas, ou hipertermia, resulta em células ativando as proteínas do estresse, que dizem às células do sistema imunológico que ataquem  as células doentes. Mesmo apenas um pequeno aumento de temperatura, por exemplo, de 43 a 45 ° C, pode ser suficiente para eliminar as células cancerígenas. A temperatura elevada se espalha através do tumor e sensibiliza o tecido para que ele absorva melhor as drogas ou a radiação.

Em outras palavras, a hipertermia pode melhorar os efeitos da quimioterapia ou radioterapia. Na Suíça, a hipertermia já está sendo usada em combinação com formas de tratamento padrão, mas estudos clínicos mais significativos ainda devem ser realizados.

Tumores desapareceram completamente

A Dra. Caroline Maake, professora de anatomia da Universidade de Zurique, se uniu ao físico francês Dr. Edouard Alphandéry para estudar uma nova abordagem para o tratamento do câncer com hipertermia. Os pesquisadores estão usando nanopartículas magnéticas contendo óxido de ferro para tratar tumores de mama ou cerebrais claramente definidos em camundongos.

Essas nanopartículas são injetadas diretamente nos tumores, um procedimento que também reduz o risco de danificar o tecido saudável. As partículas são então ativadas externamente por um campo magnético alternado, fazendo com que sua temperatura – assim como a do tumor – aumentem. O modelo animal produziu algumas descobertas surpreendentes: “Apenas por hipertermia, fizemos tumores no cérebro ou na mama desaparecerem completamente dentro de um mês, sem que os camundongos apresentassem efeitos colaterais visíveis”, explica a Dra. Maake.

Nanopartículas com propriedades magnéticas

As nanopartículas magnéticas usadas para o estudo não são produzidas no laboratório, como é geralmente o caso, mas ocorrem naturalmente. O Dr. Edouard Alphandéry desenvolveu um processo patenteado para a separação e limpeza dos chamados magnetossomos de uma bactéria aquática.

Sob o microscópio, os magnetossomos revelam-se como estruturas em cadeia no interior das bactérias. Ao contrário das nanopartículas magnéticas criadas artificialmente, os magnetosomos são uniformes em tamanho, estáveis ​​ao calor e altamente puros – propriedades que tornam o novo procedimento de hipertermia particularmente eficaz.

Estudo continua

O estudo ainda está em desenvolvimento, com financiamento do Programa Europeu Eureka, da Fundação Universidade de Zurique e da Fundação NOMIS. Agora, os pesquisadores estão tentando aplicar o método de hipertermia por nanopartículas em cavalos com tumores malignos do tecido conjuntivo e também investigando outras questões relacionadas a magnetossomos. Seu objetivo é descobrir que papel o sistema imunológico desempenha quando se trata de eliminar tumores: “Nós estabelecemos que as nanopartículas são muito eficazes, mas agora queremos saber mais sobre por que esse é o caso. E queremos ser capazes de usar melhor as possíveis respostas imunológicas ”, conclui a Dra. Caroline Maake.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Zurique (em inglês).

Fonte: Nathalie Huber e Philip Isler, Universidade de Zurique. Imagem: Microscópio revela a estrutura em cadeia das nanopartículas dentro das bactérias. Fonte: Le Fèvre R. et al., Theranostics.

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