Notícia

Mulheres grávidas não correm maior risco de COVID-19 grave do que outras mulheres

Pesquisadores do Reino Unido publicaram nova pesquisa que sugere que as mulheres grávidas não têm mais probabilidade de adoecer com COVID-19 na forma grave do que uma mulher que não esteja grávida

Ryan Franco, Unsplash

Fonte

Universidade de Oxford

Data

quinta-feira, 21 maio 2020 07:35

Áreas

Medicina. Saúde da Mulher.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, em colaboração com o Royal College of Obstetricians and Gynecologists, com as Universidades de Leeds e Birmingham, com o King’s College de Londres e com o Imperial College de Londres, todos no Reino Unido, publicaram uma nova pesquisa que sugere que as mulheres grávidas não têm mais probabilidade de adoecer com COVID-19 grave do que uma mulher que não esteja grávida. No entanto, a maioria das mulheres [grávidas] que ficaram gravemente doentes estava no terceiro trimestre de gravidez, enfatizando a importância do distanciamento social para esse grupo.

O estudo analisou 427 mulheres grávidas internadas em hospitais no Reino Unido entre 1 de março e 14 de abril de 2020 com COVID-19 confirmado (4,9 mulheres em cada 1.000 mulheres grávidas, sugerindo que mulheres grávidas não estão em maior risco de sofrer doença grave). As informações para o estudo foram coletadas em todos os 194 hospitais do Reino Unido com  maternidade.

Mulheres grávidas de minorias étnicas e negras estão mais propensas a serem hospitalizadas por COVID-19. Essa desigualdade persistiu mesmo quando as mulheres de Londres, West Midlands e North West foram excluídas da análise, o que significa que a diferença não pode ser explicada pelas taxas mais altas de infecção por COVID-19 nessas áreas.

A análise também mostrou que mulheres grávidas mais velhas, com sobrepeso ou obesidade, e mulheres grávidas com problemas médicos pré-existentes, como hipertensão e diabetes, estão mais propensas a serem hospitalizadas com a infecção.

Outras descobertas importantes do estudo incluem:

  • Um em cada cinco bebês nascidos de mães hospitalizadas com COVID-19 nasceram prematuros e foram admitidos em unidade neonatal;
  • Um em cada vinte bebês nascidos teve um teste positivo para COVID-19, mas apenas metade deles imediatamente após o nascimento.

Sessenta por cento das mulheres hospitalizadas [do estudo] já deram à luz, enquanto as restantes quarenta por cento têm gestações em andamento. A maioria das mulheres já recebeu alta. Cerca de uma em cada dez mulheres necessitou de cuidados intensivos e, infelizmente, cinco morreram.

Os resultados para bebês nascidos de mães com COVID-19 foram bons. Embora quase um em cada cinco tenha nascido prematuro e tenha sido internado em uma unidade neonatal, menos de vinte bebês nasceram muito prematuros (quando suas mães estavam com menos de 32 semanas de gravidez). Um em cada vinte bebês nascidos teve um teste positivo para COVID-19, mas apenas metade desses bebês teve um teste positivo imediatamente após o nascimento, sugerindo que a transmissão da infecção de mãe para bebê é baixa.

‘Um número muito pequeno de mulheres grávidas fica gravemente doente com o COVID-19 e, infelizmente, algumas mulheres morreram. Nossos pensamentos devem permanecer com suas famílias. É preocupante que mais mulheres grávidas de grupos étnicos negros e minoritários sejam admitidas com COVID-19 durante a gravidez e isso precisa de investigação urgente”, destacou a Dra. Marian Knight, professora do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Oxford e pesquisadora principal do estudo.

“A maioria das mulheres grávidas internadas no hospital estava com mais de seis meses de gravidez, o que enfatiza a importância de medidas de distanciamento social continuadas nas fases posteriores da gravidez. Seguir as orientações atuais sobre cuidadoso distanciamento social ajudará a prevenir a infecção”, ressaltou a Dra. Marian.

“A admissão com infecção na gravidez também está associada à idade materna mais avançada, sobrepeso e obesidade e presença de condições médicas pré-existentes. A conscientização desses fatores é importante para as mulheres e seus médicos e parteiras, para ajudar a garantir que as mulheres recebam aconselhamento adequado e precoce sobre a prevenção e possíveis complicações da COVID-19 “, concluiu o Dr. Edward Morris, presidente do Royal College of Obstetricians and Gynecologists e autor do estudo.

O link para a pré-publicação do artigo científico está disponível na página da Universidade de Oxford.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Ryan Franco, Unsplash.

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