Notícia

Internet das Coisas auxilia o diagnóstico e monitoramento da apneia do sono

Tecnologia tem custo menor e é mais acessível que a polissonografia

Divulgação, Biologix

Fonte

Fapesp | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Data

sexta-feira, 2 novembro 2018 14:20

Áreas

Medicina. Engenharia Biomédica. Bioeletrônica. Sono. Inovação Tecnológica.

O engenheiro eletrônico Tácito Mistrorigo de Almeida buscou a ajuda do pneumologista Dr. Geraldo Lorenzi Filho, especialista em Medicina do Sono, com uma necessidade e um plano: realizar um tratamento de apneia (paradas respiratórias durante o sono) e colocar no mercado uma nova tecnologia para o monitoramento remoto dessa doença crônica. “Eu ficava inconformado por ter que fazer polissonografia, o exame tradicional para o monitoramento da apneia do sono”, relata o engenheiro. “Para fazer esse exame, é preciso dormir uma noite no hospital com vários eletrodos presos ao corpo. É um exame caro, desconfortável e difícil de marcar, com filas para agendamento.”

O D. Lorenzi, diretor do Laboratório do Sono do InCor, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade de São Paulo (USP), tratou do paciente e acolheu a ideia de desenvolver um sistema de monitoramento de apneia do sono. Dessa parceria nasceu a healthtech Biologix, criada em 2015, com sede em São Paulo.

O sistema é composto por um sensor portátil que registra e envia para uma plataforma em nuvem dados do paciente, enquanto ele dorme em sua própria casa. O sistema gera um relatório que fica acessível ao paciente por meio de um aplicativo de smartphone e pode ser compartilhado diretamente com o médico.

O sistema, que está pronto para a comercialização, utiliza o aplicativo Biologix e sensor sem fio Oxistar, desenvolvidos pela empresa. “Em setembro emitimos as primeiras faturas”, anuncia Tácito de Almeida, que já tem contrato firmado com uma rede de laboratórios cujo objetivo é oferecer o exame na lista de check-up de seus clientes.

“Nosso modelo de negócio baseia-se na venda do serviço, não do produto”, explica Almeida. Por isso, além de consultórios médicos e laboratórios, a Biologix também acredita que departamentos de recursos humanos de empresas também são potenciais clientes, já que o exame pode ser considerado prevenção contra absenteísmo e acidentes de trabalho provocados pela doença.

Em agosto deste ano, a Biologix obteve apoio do Programa PIPE/PAPPE Subvenção, que reúne recursos dos programas Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e de Apoio à Pesquisa em Empresas (PAPPE), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para a inserção de um produto inovador no mercado. “Esse apoio tem sido fundamental. Permitiu, por exemplo, realizar a contratação de um gerente comercial”, diz Almeida.

Doentes sem diagnóstico

Segundo um estudo publicado em 2010 na revista Sleep Medicine por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), de cada 10 adultos cerca de três sofrem com a chamada Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Doença crônica e progressiva, ela é caracterizada pela interrupção ou diminuição momentânea da respiração, em vários episódios durante a noite, o que impacta diretamente a qualidade do sono do paciente e pode levar a problemas cardiovasculares. A deficiência na oxigenação durante o sono aumenta, por exemplo, os riscos de infarto e acidentes vasculares cerebrais.

A apneia do sono tem tratamento. Mas estudos apontam que ela é subdiagnosticada; estima-se que cerca de 90% dos apneicos não sabem que têm a doença. Popularizar o diagnóstico, por meio de um procedimento mais simples e econômico, é o objetivo da Biologix. Segundo Almeida, o preço de uma polissonografia nos laboratórios pode ultrapassar os R$ 2.500. O preço do exame da Biologix é de 10 a 15% do preço da polissonografia, com a possibilidade de que ele seja realizado por duas noites, para confirmação do diagnóstico.

Validação no Incor

O sensor Oxistar já obteve cadastro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, como utiliza transmissão por Bluetooth, também da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Também já passou por um processo de validação no Instituto do Coração (InCor). Foram comparados os resultados de 332 exames tradicionais de polissonografia com o sistema desenvolvido pela Biologix. “Até o momento, analisamos os dados de 219 pacientes e estes dados mostram que a solução da Biologix possui sensibilidade e especificidade de 91% e 83%, respectivamente, no diagnóstico da apneia moderada a grave”, diz Almeida.

Acesse a notícia completa na página da Fapesp.

Fonte: Suzel Tunes, Fapesp Pesquisa para Inovação. Imagem: Divulgação, Biologix.

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