Notícia

Herpes: atenção e tratamento precoce controlam surtos

Sociedade Brasileira de Dermatologia esclarece sobre o herpes: tipos, sintomas e tratamentos

Fonte

SBD

Data

sábado, 27 fevereiro 2016 10:20

Áreas

Dermatologia.

Herpes é o termo genérico usado para denominar as infecções mais comuns causadas pelos Herpesvírus: o herpes simples e o herpes zoster. O herpes simples é doença que acomete principalmente a boca e os genitais, mas que ainda pode afetar qualquer parte da pele e até mesmo órgãos internos. O herpes simples pode ser causado pelos herpesvírus humanos tipo 1, que frequentemente se associa a lesões orais (herpes labial), e o tipo 2, que é responsável por 80 a 90% das lesões genitais. O herpesvírus humano tipo 3 causa tanto a varicela (“catapora”), como também o herpes zoster, popularmente chamado de “cobreiro”.

 

Herpes

Herpes labial (Fonte: Divulgação, Sociedade Brasileira de Dermatologia)

 

Os herpesvírus 1 e 2 são transmitidos pelo contato de uma pessoa infectada com outra susceptível. O lábio, os olhos e as mucosas genital e anal são os locais mais sujeitos ao contágio. O herpesvírus tipo 1 em geral é adquirido na infância, principalmente pelo beijo, enquanto o tipo 2 geralmente se adquire na vida adulta por contato sexual. O vírus tipo 3 é adquirido na forma de varicela, também pelo contato da pessoa susceptível com outra com a doença em atividade. Os vírus do herpes simples e do herpes zoster estão distribuídos por todo o mundo.

Sintomas

A infecção primária é definida como a primeira infecção pelo HSV em um paciente que nunca teve contato anterior com o vírus. Após a exposição o paciente poderá desenvolver as lesões da infecção primária, que geralmente são mais graves, ou apresentar uma infecção subclínica, na qual não existem lesões aparentes.  Após a infecção primária, o vírus tem a capacidade de permanecer no corpo humano sem nenhum sinal ou sintoma, podendo posteriormente ser reativado para produzir a doença recorrente (herpes recidivante), que geralmente é menos grave e de duração mais curta que a infecção primária.

A doença se caracteriza por vesículas (bolhas) que se agrupam como em um cacho de uva e rapidamente progridem para feridas. Comumente ocorrem nos lábios e na genitália, embora possam surgir em outras regiões.

A infecção primária pode se acompanhar de febre, cefaleia (dor de cabeça), aumento dos gânglios (ínguas), rigidez de nuca, disúria (dor para urinar) e secreção vaginal. Nos episódios recorrentes, normalmente os sintomas sistêmicos estão ausentes ou são muito leves. As lesões surgem de forma repetida no mesmo local, sendo precedidas por sintomas locais de dor, ardência e formigamento. O número de episódios recorrentes é variável, podendo ir de 2 a 8 ou mais, por ano. As recorrências estão frequentemente associadas a episódios de baixa de imunidade, estresse, exposição prolongada ao sol, febre, infecções, menstruação ou trauma local.

Por que o herpes sempre volta?

Após a infecção, o vírus se aloja em estruturas do sistema nervoso chamadas gânglios sensoriais. Nestas estruturas o vírus permanece em estado de latência (dormência) por toda a vida. Quando as defesas do portador ficam comprometidas o vírus pode se multiplicar e voltar a se manifestar. Estresse, irradiação ultravioleta (sol), outras infecções virais, doenças e medicamentos que reduzem a defesa imunológica são condições capazes de reativar o herpes simples. Já o vírus da catapora também fica alojado nos gânglios sensoriais, mas não tem a mesma tendência a recorrer várias vezes. Quando o vírus é reativado, o indivíduo apresenta o quadro conhecido como “cobreiro”, que acomete preferencialmente pessoas idosas e aquelas com comprometimento do sistema imune.

Diagnóstico

Em geral, é clínico. Em caso de dúvida pode ser feito um raspado do conteúdo da vesícula para avaliação no microscópio, que é um método rápido e fácil. A cultura viral e a sorologia são exames mais sensíveis na primoinfecção, do que nos casos de infecção recorrente.

Tratamento

O tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas, assim o surto deverá ser de menor intensidade e duração; evite furar as vesículas; evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial; evite relações sexuais se for de localização genital; lave sempre bem as mãos após manipular as feridas, pois a virose pode ser transmitida para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as mucosas oculares, bucal e genital.

Não se automedique. Procure sempre um médico quando do surgimento do herpes. O tratamento é feito com antivirais orais. Os antivirais tópicos são questionáveis, pois apenas diminuem a eliminação do vírus, mas não influenciam na evolução do surto.

Complicações

A complicação mais comum do herpes simples é a infecção bacteriana, sendo necessário o uso de antibióticos. Comprometimento de órgão internos é muito raro no paciente sem baixa da imunidade. Nos imunocomprometidos podem ocorrer encefalites e mielites (infecções no sistema nervoso central). A complicação mais comum do herpes zoster é a chamada “neuropatia pós-herpética”, caracterizada pela persistência de dor muito desagradável por meses ou até anos após resolução das lesões cutâneas. Pacientes com mais de 50 anos e imunossuprimidos são mais susceptíveis a tal complicação. Comprometimento de órgãos internos pelo herpes zoster, como encefalites e meningites, são raras mesmo nos pacientes imunossuprimidos.

Herpes zoster

A varicela (catapora) e o herpes zoster (cobreiro) são entidades distintas causadas pelo mesmo vírus, conhecido com vírus varicela-zoster (VZV) ou herpesvírus humano tipo 3.

A varicela ocorre com maior frequência na infância e resulta da infecção primária. Já o herpes zoster é mais comum no idoso, e tem origem na reativação do vírus após a primeira ocorrência de varicela. Várias condições estão associadas ao aparecimento do herpes zoster, como baixa imunidade, câncer, trauma local, cirurgias da coluna e sinusite frontal. Os idosos mostram uma diminuição da imunidade ao vírus, o que explica sua maior ocorrência após a quinta década.

Sintomas do herpes zoster

A dor é o sintoma mais importante no herpes zoster. Ela costuma preceder o aparecimento das lesões e pode persistir por várias semanas ou meses após a resolução das lesões. A complicação é conhecida por neurite pós-herpética. A característica mais marcante do herpes zoster é a distribuição e localização da erupção, que costuma ser do mesmo lado do corpo, não atravessando a linha média. As lesões consistem em vesículas dispostas em trajeto linear, acometendo frequentemente o tronco, a face ou os membros.

Tratamento e prevenção do herpes zoster

Os principais objetivos do tratamento são limitar a extensão, duração e gravidade da doença na sua fase aguda e aliviar a neuralgia pós-herpética, com emprego de analgésicos e drogas antivirais, que devem ser iniciados precocemente. No caso de surgimento de lesão de herpes zoster na região centro facial, acometendo nariz e olhos, deve-se procurar o médico imediatamente, pois pode ser necessária internação para medicação venosa, a fim de evitar complicações como cegueira ou meningite.

A vacina contra herpes zoster é indicada para pessoas com mais de 50 anos, reduzindo o risco de ocorrência em cerca de 50%.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e SBD/MG.

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