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Gravidez: um mineral e um metal podem estar ligados à pré-eclâmpsia

Níveis mais altos de manganês foram associados a menor risco de pré-eclâmpsia

Freepik

Fonte

Associação Americana do Coração

Data

quarta-feira, 21 agosto 2019 11:25

Áreas

Cardiologia. Saúde da Mulher.

Mulheres grávidas com concentrações mais baixas do mineral manganês ou maiores quantidades de cádmio no sangue podem ter maior probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia, de acordo com novo estudo.

A pré-eclâmpsia é um dos principais contribuintes para doenças e morte de mulheres durante e imediatamente após a gravidez. Existem poucas maneiras de evitar a condição relacionada à pressão arterial, que aumentou nos Estados Unidos em 25% nas últimas duas décadas.

No novo estudo publicado no último dia 20 de agosto na revista científica Journal of American Heart Association (JAHA), pesquisadores analisaram um banco de dados de 1.274 mulheres da área de Boston, nos Estados Unidos, que forneceram amostras de sangue 24 a 72 horas após o parto. Nove por cento das mulheres desenvolveram pré-eclâmpsia, de acordo com seus registros médicos.

Os pesquisadores verificaram as células vermelhas do sangue para cinco tipos de minerais e metais pesados ​​previamente ligados à pré-eclâmpsia. Eles encontraram que apenas dois tiveram associações significativas: manganês e cádmio. Níveis mais altos de manganês foram associados a menor risco de pré-eclâmpsia. Para o cádmio, quanto maior o nível, maior o risco de pré-eclâmpsia. A associação permaneceu para ambos os elementos, mesmo após os pesquisadores ajustarem a raça, o status de tabagismo e outros fatores. Não foram encontradas correlações para chumbo, mercúrio e selênio.

O manganês é um mineral essencial encontrado em grãos integrais, moluscos, nozes e outros alimentos. O cádmio é um metal pesado encontrado na fumaça do cigarro, na atmosfera e em alguns alimentos. Alguns produtos agrícolas também adquirem cádmio do solo.

Pesquisas anteriores em animais e alguns estudos em humanos sugerem ligações semelhantes com o risco de pré-eclâmpsia em relação ao manganês e cádmio. Mas esta última descoberta sobre o manganês “fornece uma nova visão”, segundo os pesquisadores, que poderia ajudar a prevenir a pré-eclâmpsia, encontrando uma maneira para as mulheres aumentarem o nível desse mineral.

Os pesquisadores disseram, no entanto, que mais estudos são necessários, especialmente para determinar se o cádmio ou o manganês podem realmente ter uma relação de causa e efeito com a pré-eclâmpsia. Esta condição contribui para a morte de 50.000 a 60.000 mulheres e seus recém-nascidos em todo o mundo a cada ano.

“Infelizmente, a prevalência e a carga de saúde pública desta condição de gravidez continuam aumentando e não há estratégias comprovadas que possam ser direcionadas para sua prevenção”, disse o autor sênior do estudo, Dr. Noel Mueller, professor no departamento de epidemiologia da Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. “Além de afetar adversamente o fluxo de oxigênio e nutrientes para o feto, a pré-eclâmpsia é frequentemente preditiva de que as mulheres desenvolverão ou não doenças cardiovasculares mais tarde na vida”, disse ele. “Então, se você for capaz de prevenir a pré-eclâmpsia, poderá melhorar a saúde do recém-nascido e ajudar a prevenir a ocorrência de futuras doenças cardiovasculares em mulheres afetadas”, destaca o especialista.

Uma limitação do estudo foi a falta de amostras de sangue retiradas de mulheres durante a gravidez para que os pesquisadores pudessem compará-las com as medidas tomadas imediatamente após o parto. O estudo também teve a limitação sobre detalhes dos partos, disse a Dra. Alisse Hauspurg, obstetra e ginecologista que não esteve envolvida na pesquisa. “Foram essas mulheres que tiveram partos vaginais? Ou cesarianas? É possível que isso pudesse afetar os níveis de glóbulos vermelhos? Se alguém teve muito sangramento no momento do parto, isso afeta os níveis desses elementos? E se alguém precisou de uma transfusão de sangue? “, questionou a Dra. Hauspurg, professora  da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh.

“Por enquanto, não há um único exame de sangue que possa diagnosticar o risco de uma mulher grávida ter pré-eclâmpsia. Embora esse tipo de trabalho seja muito importante, é também importante lembrar que provavelmente [esses elementos] não são a única causa de pré-eclâmpsia”, concluiu a Dra. Alisse Hauspurg.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Associação Americana do Coração (em inglês).

Fonte: Associação Americana do Coração. Imagem: Freepik.

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