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Gravidez: novo estudo aponta importância dos movimentos noturnos dos bebês

Estudo desmistifica alguns mitos sobre os movimentos dos bebês durante a gravidez

Divulgação

Fonte

Universidade de Auckland

Data

sábado, 15 junho 2019 14:35

Áreas

Medicina. Saúde da Mulher. Obstetrícia. Gravidez. Saúde Pública.

Estudo conduzido pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, mostra que é normal no final da gravidez que os bebês sejam mais ativos à noite e na hora de dormir, e que os movimentos dos bebês tendem a ficar mais fortes mesmo a termo. O estudo também mostrou que – ao contrário do conselho dado a algumas mulheres – nem bebida gelada nem  comida doce estimularão os bebês a se movimentar mais.

O estudo das próprias observações das mulheres grávidas, publicado na revista científica Plos One desmistifica alguns mitos sobre os movimentos dos bebês durante a gravidez e dá orientações necessárias e claras para as mulheres e os profissionais de saúde sobre o que é normal.

“Muitas vezes, as mulheres grávidas são aconselhadas a ficar de olho no padrão de movimento do bebê e a relatar qualquer diminuição nos movimentos”, diz Billie Bradford, doutoranda da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Auckland e autora principal do estudo.

“Mas, embora haja uma ligação entre a diminuição dos movimentos e a natimortalidade, a maioria das mulheres que relatam uma queda na atividade vai ter um bebê saudável. O problema é que existem evidências limitadas sobre os padrões normais de movimento, e em todo o mundo as mulheres estão recebendo conselhos confusos. Nós pensamos que o resultado desse estudo traria uma informação útil, especialmente para as mães de primeira viagem que estão começando a saber o que é um padrão normal para elas. ”

A equipe de pesquisa entrevistou gestantes em seu terceiro trimestre (após 28 semanas de gestação) sobre a natureza e frequência dos movimentos de seus bebês, e analisou as respostas daquelas que deram à luz um bebê após 37 semanas (a termo). As mulheres eram de sete regiões da Nova Zelândia e etnicamente representativas daquele país.

As principais conclusões foram:

  • A maioria (59%) das mulheres relatou sentir movimentos ficando mais fortes nas últimas duas semanas;
  • Movimentos fortes foram sentidos pela maioria das mulheres à noite (73%) e à noite na hora de dormir (79%);
  • As mulheres eram mais propensas a perceber movimentos moderados ou fortes quando sentadas em silêncio em comparação com outras atividades, como tomar uma bebida fria ou comer;
  • Quase todas as mulheres relataram sentir o soluço de seus bebês.

“Provavelmente, a descoberta mais surpreendente foi a importância da influência do período do dia – apenas 3,7% das mulheres não sentiram movimentos fortes ou moderados à noite”, destacou Billie Bradford.

“As mulheres grávidas sempre relataram mais movimentos do bebê à noite. Isso geralmente é considerado devido à distração e ocupação durante o dia, mas essa pode não ser a história toda. Uma série de estudos com ultrassonografia e estudos com animais demonstraram que o feto tem um padrão circadiano que envolve movimentos aumentados à noite, e isso provavelmente reflete o desenvolvimento normal. Há uma crescente apreciação de como os padrões circadianos podem ser importantes para a saúde, e os pesquisadores estão investigando como o tempo das avaliações e terapias pode melhorar os resultados em muitas áreas da saúde”, continuou a pesquisadora.

A professora Dra. Lesley McCowan, autora sênior do estudo, afirmou: “Está claro que o padrão de movimento é mais consistente entre as mulheres grávidas do que o número de chutes – que varia muito entre as mulheres, de quatro a cem por hora”. A professora McCowan é chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Auckland e foi recentemente reconhecida pela excelência de suas pesquisas sobre gravidez.

Uma mensagem para as mulheres grávidas, segundo as pesquisadoras: se o seu bebê costuma se mexer muito à noite, descanse (se puder). Se você tem receio que seu bebê esteja se movimentando com menos frequência, com menos intensidade ou que não se movimente à noite como normalmente faria, procure seu médico. “Pode ser uma hora anti-social para adultos, mas é uma hora importante para o feto (e para o recém-nascido), então a falta de movimento naquele momento justifica a procura por auxílio médico”, diz Billie Bradford.

“Como parteira, acho especialmente gratificante ver evidências que o conhecimento das mulheres grávidas sobre o bebê delas fornece informações valiosas sobre o bem-estar fetal”, conclui a pesquisadora.

A equipe está trabalhando agora no desenvolvimento de uma ferramenta para avaliar a qualidade dos movimentos fetais que inclui o padrão circadiano e investigar os padrões de movimento fetal em mulheres com IMC elevado.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).

Fonte:  Nicola Shepheard, Universidade de Auckland. Imagem: Divulgação.

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