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Gengibre: estudos recentes mostram o poder da raiz

Estudos científicos reafirmam os benefícios do gengibre à saúde, desde o aumento do volume de leite da lactante até a diminuição do risco de câncer

Pixabay

Fonte

Universidade de Maryland e Tech4Health

Data

segunda-feira, 26 setembro 2016 07:50

Áreas

Fitoterapia. Farmacologia. Farmacognosia. Saúde Pública.

O gengibre, raiz ou o rizoma da planta Zingiber officinale, tem sido uma especiaria popular e fitoterápica há milhares de anos. Nativo da Ásia, o gengibre tem uma longa história de uso na tradição asiática, indiana e árabe. Na China, por exemplo, o gengibre é usado com finalidade medicinal há mais de 2.000 anos.

Popularmente, o gengibre também tem sido usado não só para tratar o resfriado comum, sintomas de gripe, dores de cabeça e cólicas menstruais, mas também para tratar a artrite, diarreia e doenças cardíacas.

Estudos recentes e indicações medicinais

Os efeitos positivos do gengibre sobre a saúde humana têm sido bastante explorados na literatura científica: há uma grande quantidade de artigos que destacam estudos com rigor científico que constatam a efetividade do gengibre e de suas propriedades medicinais sobre várias doenças. Abaixo, estão alguns dos resultados mais recentes que atestam a eficácia do gengibre em diversas situações:

  1. Doenças crônicas em adultos

Em artigo publicado em maio de 2016 na revista científica Nutrition Journal, pesquisadores chineses mostraram os resultados de um estudo cruzado com 4628 participantes, sendo 1823 homens e 2805 mulheres com díade entre 18 e 27 anos, que avaliou os efeitos do gengibre sobre o risco de hipertensão e sobre doenças coronarianas. Os cientistas concluíram que o gengibre possui propriedades com potencial preventivo contra doenças cardíacas crônicas, diminuindo o risco de hipertensão. Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Já na edição de fevereiro de 2016 da revista Diabetes & Metabolism Journal, pesquisadores iranianos publicaram resultados sobre a influência positiva do gengibre em alterações cardíacas causadas pelo diabetes em ratos. Acesse o artigo científico completo (em inglês).

  1. Aleitamento Materno

Pesquisadores tailandeses publicaram, na edição de setembro de 2016 da revista científica Breastfeeding Medicine um estudo randomizado, controlado e duplo-cego realizado em 63 mulheres sobre os efeitos do gengibre no volume do leite materno no período pós-parto. Os pesquisadores concluíram que o gengibre tem propriedades que estimulam a lactação nas mulheres, aumentando o volume de leite disponível no período pós-parto, sem efeitos colaterais notáveis. Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

  1. Prevenção de infecções

Na edição de junho de 2016 da revista científica International Dental & Medical Journal of Advanced Research, pesquisadores indianos reportaram a eficácia clínica do gengibre sobre bactérias que potencialmente podem causar infecções em humanos. Após um estudo in vitro sobre a ação antimicrobiana do extrato de gengibre sobre três tipos de bactérias, os pesquisadores concluíram que o gengibre possui propriedades antimicrobianas efetivas. Acesse o artigo científico completo (em inglês).

  1. Efeitos anti-inflamatório e antioxidante na tuberculose

Um estudo randomizado e placebo-controlado foi aplicado em 69 pacientes com tuberculose por pesquisadores indianos com a finalidade de verificar as propriedades anti-inflamatória e antioxidante do gengibre e seu efeito sobre a tuberculose. Publicada em junho de 2016 na revista Journal of Complementary and Integrative Medicine, a pesquisa mostrou que o gengibre é um complemento efetivo na terapia anti-tuberculose. Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

  1. Dismenorreia

O gengibre pode ser efetivo no tratamento da dor menstrual. É o que afirma um estudo de revisão sistemática publicado na edição de abril de 2016 da revista Evidence-based Complementary and Alternative Medicine. Apesar dos vários resultados publicados anteriormente na literatura, os pesquisadores americanos destacam que mais estudos científicos de maior porte precisam ser realizados, a fim de verificar condições ainda não analisadas nos estudos anteriores. Acesse o artigo científico completo (em inglês).

  1. Câncer

No último dia 7 de setembro, a Sociedade Americana de Química (ACS) deu destaque a um artigo publicado em um de seus periódicos, o Journal of Agricultural and Food Chemistry, que mostra os efeitos do gengibre e da pimenta sobre a redução do risco de câncer. Particularmente, os pesquisadores afirmam que o gingerol reverteu o efeito causador do câncer em ratos com carcinoma no pulmão. Leia a reportagem da ACS (em inglês).

  1. Doença Inflamatória intestinal

Em laboratório, pesquisadores do Centro Médico de Veteranos de Atlanta e da Universidade Estadual da Geórgia, nos estados Unidos, desenvolveram nanopartículas de gengibre, a partir de centrifugação em super-alta velocidade e dispersão ultrassônica do suco de gengibre. A partir das experiências em células e animais, os pesquisadores acreditam que as nanopartículas de gengibre podem ser um medicamento efetivo para a doença de Crohn e a colite ulcerativa, as duas principais formas da doença inflamatória intestinal. Os resultados foram publicados na edição de setembro de 2016 da revista Biomaterials. Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

  1. Osteoartrite

Um estudo da Universidade de Miami concluiu que o extrato de gengibre pode um dia substituir as drogas anti-inflamatórias não-esteróides (AINEs). O estudo comparou os efeitos de um extrato de gengibre altamente concentrado e de placebo em 247 pacientes com osteoartrite (OA) do joelho. O gengibre reduziu a dor e rigidez nas articulações do joelho em 40 por cento sobre o placebo. Este estudo e os benefícios do gengibre para a osteoartrite podem ser vistos em reportagem da Arthritis Foundation (em inglês).

O portal da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, completa algumas informações importantes que devemos ter quando pensamos em consumir gengibre:

Uso pediátrico do gengibre – Nunca ofereça gengibre para crianças com menos de 2 anos. Crianças com mais de 2 anos podem consumir gengibre para tratar náuseas, dores de estômago e dores de cabeça. Pergunte ao seu médico qual a dose correta.

Uso Adulto do gengibre – Em geral, não tome mais de 4 g de gengibre por dia, incluindo fontes de alimento. As mulheres grávidas não devem tomar mais de 1 g por dia. Para náuseas, gases ou indigestão: alguns estudos têm utilizado 1 g de gengibre por dia, em doses divididas. Pergunte ao seu médico para ajudar a encontrar a dose certa para você.

Durante a gravidez – Para vómitos induzidos pela gravidez, alguns estudos têm utilizado 650 mg a 1 g por dia. Nunca tome gengibre sem falar com seu médico primeiro.

Precauções

O uso de produtos naturais pode desencadear efeitos colaterais e interagir com outras ervas, suplementos ou medicamentos. Por estas razões, os produtos devem ser consumidos apenas sob a supervisão de um profissional da saúde.

É raro o gengibre apresentar efeitos colaterais. Em doses elevadas pode causar leve azia, diarreia e irritação na boca. Você pode ser capaz de evitar alguns dos efeitos colaterais estomacais leves, como arrotos, azia ou dor de estômago, tomando suplementos de gengibre em cápsulas ou tomar o gengibre com as refeições.

Pessoas com cálculos biliares devem conversar com seus médicos antes de tomar o gengibre. Certifique-se de informar o seu médico se estiver tomando gengibre antes de uma cirurgia ou ao ser submetido a uma anestesia.

Mulheres grávidas ou lactantes, pessoas com problemas cardíacos e pessoas com diabetes não devem tomar gengibre sem falar com seu médico.

Nunca tome gengibre se você tem um distúrbio de sangramento ou se você estiver tomando medicamentos para “afinar” o sangue, incluindo aspirina.

Possíveis interações

Se você tomar qualquer dos seguintes medicamentos, você não deve usar o gengibre sem falar com seu médico:

medicamentos anticoagulantes: O gengibre pode aumentar o risco de hemorragia. Fale com o seu médico antes de tomar o gengibre se você tomar anticoagulantes, como a varfarina (Coumadin), clopidogrel (Plavix), ou aspirina.

medicamentos para diabetes: O gengibre pode reduzir o açúcar no sangue. Isso pode aumentar o risco de desenvolver hipoglicemia.

medicamentos para hipertensão: O gengibre pode reduzir a pressão arterial, aumentando o risco de diminuição da pressão arterial ou  de batimentos cardíacos irregulares.

Fonte: Centro Médico da Universidade de Maryland e Tech4Health. Imagem: Pixabay.

 

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