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Fiocruz desenvolve solução emergencial para UTIs

Invenção representa uma resposta simples e barata para um dos grandes desafios do SUS diante da COVID-19, sobretudo em regiões mais pobres do Brasil

Getty Images

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

quinta-feira, 16 julho 2020 15:50

Áreas

Engenharia Clínica. Medicina Intensiva.

Diante de uma grave crise sanitária, que ceifa milhares de vidas em todo o planeta, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem se mobilizado, em diversas frentes, para promover ações de enfrentamento e mitigação do problema. Sabendo que a pandemia do novo coronavírus atinge indistintamente a todos, mas cobra um preço ainda maior das populações periféricas, a Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz) desenvolveu um aparato para condicionamento de ar em UTIs em crises de emergência.

A invenção representa uma resposta simples e barata para um dos grandes desafios do SUS diante da COVID-19, sobretudo em regiões mais pobres do Brasil. Isso porque a alta taxa de infecção do vírus em ambientes hospitalares requer que as UTIs disponham de um sistema para tratamento de ar especial, visando reduzir o risco de infecção, exatamente o que faz o aparelho criado na Fiocruz. O aparato se tornou o primeiro registro de desenho industrial concedido pelo INPI à Fiocruz.

O engenheiro mecânico Dr. Bruno Perazzo Barbosa, que liderou o projeto que reuniu todos os departamentos da Cogic/Fiocruz, afirma que a atual crescente demanda por aparelhos do gênero foi o grande motivador que levou ao desenvolvimento do projeto, levando-se em consideração que regiões e estados mais pobres do país enfrentam imensas dificuldades em adquirir esses aparatos. “Quisemos dar uma resposta rápida e simples para uma questão difícil. Os aparelhos foram concebidos para uma vida útil de até quatro meses e são rápida e facilmente instalados e operados. É uma solução de emergência, não é evidentemente definitiva ou de longa duração, mas que resolve um problema imediato em muitos municípios menos favorecidos”, esclareceu o Dr. Bruno Barbosa. O aparelho fornece ar tratado compatível para cada leito de UTI, ou para cada 15 m² de CTI, sendo feito a partir de componentes básicos de fabricação nacional e produção em série.

Com o esforço de todos, o aparelho foi montado em apenas dez dias. Em seguida foi instalado em uma sala de testes. “A avaliação mostrou que o aparato teve um desempenho estável, rodando dia e noite sem apresentar problemas. De lá para cá já são mais de 60 dias em que continua funcionando. A vazão de ar filtrado caiu cerca de 13%, o que não é muito e está dentro da margem de segurança projetada, significando que o aparelho permanece atendendo ao que foi proposto. Isso nos assegura afirmar que é uma boa e eficiente solução de emergência para este momento de pandemia”, explicou o engenheiro, lembrando que o protótipo cumpre critérios de filtragem de partículas de ar exigidos para UTI.

Segundo o especialista, o objetivo agora é viabilizar a produção do aparelho. “Estamos buscando parcerias na área de engenharia que tornem possível o refinamento de alguns pontos da solução e a fabricação em larga escala, podendo assim atender a demanda e salvar vidas”. Entre os diferenciais estão a tecnologia produzida a partir de componentes convencionais fabricados no Brasil, o que permite rápida montagem. Por sua baixa complexidade, o aparelho não requer mão-de-obra altamente qualificada para a instalação, apesar de seguir as normas da ABNT na quantidade e qualidade do ar fornecido.

A partir do desenvolvimento do aparelho, a Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec) da Fiocruz, que está abrigada na Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), enviou a Perazzo, um relatório de liberdade de operação, no qual foi apontado que nenhum dos documentos patentes vigentes no Brasil colide com a tecnologia para fins de exploração comercial; e um relatório de prospecção de mercados e produtos, em que foram apontadas empresas-chave no Brasil e no mundo para o desenvolvimento da tecnologia. No início de maio foi feita uma análise do projeto sob a perspectiva de proteção por registro de desenho industrial. No mesmo mês, uma reunião da nova Comissão de Patentes (Copat) da Fiocruz aprovou a solicitação de registro de desenho industrial no INPI.

“Essa invenção tem tudo a ver com o cenário da COVID-19. O importante agora é atrairmos empresas interessadas em firmar essa parceria e assim garantirmos o fornecimento do aparelho ao SUS. Dez empresas já manifestaram interesse e estão em contato conosco”, afirma a coordenadora da Gestec, Carla Maia Einsiedler.

Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.

Fonte: Ricardo Valverde, Agência Fiocruz de Notícias. Imagem: Getty Images.

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