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Estudo mostra resultados da gravidez após cirurgia bariátrica

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Fonte

SBEM

Data

quinta-feira, 6 agosto 2015 20:35

Áreas

Endocrinologia. Gravidez.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC). O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado.  Para ser considerada obesa, a pessoa deve ter IMC acima de 30. O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos com sobrepeso, este número chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.

A obesidade da mãe é fator de risco para o Diabetes Gestacional, com risco aumentado de macrossomia, complicações do parto, obesidade no bebê, e desenvolvimento tardio de Diabetes Tipo 2 na mãe. Também esta associada ao aumento de óbito neonatal, parto pré-termo e má-formações congênitas.
Entre pacientes com Diabetes Tipo 2, a cirurgia bariátrica resulta em maiores taxas de remissão de Diabetes e prevenção de Diabetes se comparado com terapia convencional para obesidade. A maioria dos estudos sobre o efeito da cirurgia bariátrica sobre o Diabetes Gestacional são pequenos, com resultados inconclusivos e em muitos destes estudos não consta o IMC pré-cirúrgico.

O blog científico da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) publicou no último dia 22 de julho uma análise de um artigo científico internacional sobre os resultados da gravidez após cirurgia bariátrica, publicado na revista inglesa The New England Journal of Medicine. A Dra. Cristina Schreiber, do Serviço de Endocrinologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) destacou a escassez de estudos de alta evidência científica sobre o assunto.

Nesse estudo realizado pelos pesquisadores Kari Johansson, Sven Cnattingius e colaboradores do Departamento de Medicina do Karolinska Institute em Estocolmo, foram analisados os achados obtidos na base de dados nacional da Suécia incluindo informações de IMC pré cirurgia entre mulheres que fizeram cirurgia bariátrica. Foi investigado o risco de Diabetes Gestacional e eventos perinatais adversos entre mulheres com histórico de cirurgia bariátrica comparado com mulheres sem histórico de cirurgia, mas com características semelhantes.

O estudo foi populacional, tipo coorte prospectivo, usando dados do registro nacional de saúde da Suécia desde 1973. Foram selecionados os nascimentos entre 2006 e 2011 entre mulheres que fizeram cirurgia bariátrica entre 1983 e 2011. Das pacientes em pós cirurgia bariátrica, 6% haviam sido reoperadas. A coorte controle foi composta por mulheres grávidas sem histórico de cirurgia bariátrica. As variáveis pareadas entre os dois grupos foram: idade (com diferença máxima de 1 ano para mais ou menos entre controle e caso), paridade (nulípara ou primípara), Índice de Massa Corporal (IMC) pré-cirurgia, tabagismo, nível educacional e data do parto. Os desfechos foram: Diabetes gestacional, bebês grandes para Idade Gestacional (GIG), baixo peso ao nascer, macrossomia, parto pré-termo, morte fetal após a vigésima segunda semana, morte neonatal (morte antes de 28 dias de vida) e má-formações congênitas.

Os resultados mostraram uma redução do risco de diabetes gestacional nas mulheres que foram submetidas a cirurgia bariátrica (1,9%) em comparação com o grupo que não foi submetido à cirurgia (6,8%). Além disso, após a cirurgia bariátrica, houve redução do crescimento fetal excessivo, encurtamento da gestação (média de 273 dias) e aumento do risco para fetos pequenos para a idade gestacional. A Dra. Cristina enfatizou a importância do planejamento familiar nos primeiros dois anos após a cirurgia bariátrica para minimizar as chances de complicações acima relatadas, apesar dos benefícios de realizar a cirurgia previamente à gestação.

Fonte: SBEM. Imagem: Shutterstock.

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