Notícia

Estudo indica que dados de ‘relógios inteligentes’ podem prever resultados de exames de sangue e condições de saúde

Pesquisadores da Universidade Stanford descobriram que dados de smartwatches podem sinalizar sinais precoces de algumas condições de saúde e prever os resultados de exames de sangue simples

Tyler Hendy via Unsplash

Fonte

Universidade Stanford

Data

sábado, 29 maio 2021 12:50

Áreas

Bioeletrônica. Biomedicina. Engenharia Biomédica.

Um ‘relógio inteligente’ (ou smartwatch) pode sinalizar mudanças fisiológicas, como uma mudança na contagem de glóbulos vermelhos, bem como sinais precoces de desidratação, anemia e outras doenças, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. O estudo está entre os primeiros a mostrar que os dados de smartwatch se correlacionam com resultados de testes de laboratório.

Cientistas do laboratório do Dr. Michael Snyder, professor e chefe de Genética em Stanford, rastrearam dados de smartwatches, exames de sangue e outros testes conduzidos em um consultório médico em um pequeno grupo de participantes do estudo. Os pesquisadores estavam curiosos para saber se as leituras do smartwatch, como frequência cardíaca e atividade física, poderiam mostrar mudanças fisiológicas que são normalmente reveladas por meio de medições clínicas, incluindo exames de sangue. “Queríamos saber se os sinais derivados do smartwatch poderiam prever os mesmos valores sem qualquer intervenção invasiva”, disse o Dr. Lukasz Kidzinski, pesquisador de Bioengenharia em Stanford. E a resposta foi  sim.

Mudanças na frequência cardíaca, por exemplo, frequentemente previam mudanças na contagem de glóbulos vermelhos e na hemoglobina, a molécula que transporta oxigênio. A equipe também descobriu que os dados de smartwatch forneceram leituras de frequência cardíaca mais consistentes do que as obtidas em um consultório médico. As medições consistentes da frequência cardíaca são consideradas as mais precisas, disse o Dr. Snyder.

Os resultados são mais uma vitória para os chamados ‘vestíveis’- como smartwatches, monitores contínuos de glicose e anéis inteligentes para o dedo – que mantêm as pessoas constantemente informadas sobre sua saúde.

Um artigo detalhando o estudo foi publicado na revista científica Nature Medicine.

Dados do smartwatch através da pele

Para o estudo, que durou mais de três anos, 54 voluntários usaram um smartwatch que monitorava a frequência cardíaca, contagem de passos, temperatura da pele e atividade eletrodérmica, uma medida da atividade elétrica na pele que atua na produção de suor. Ao longo do estudo, os pesquisadores também usaram meios tradicionais, como um monitor de frequência cardíaca e exames de sangue, para monitorar a frequência cardíaca, contagem de glóbulos vermelhos e brancos, níveis de oxigênio no sangue, níveis de glicose e outros indicadores de saúde. Os pesquisadores descobriram que as leituras do smartwatch se correlacionavam com os parâmetros de saúde medidos em um consultório médico.

Certas combinações de dados derivados de smartwatch foram capazes de fornecer insights sobre testes de sangue clínicos específicos. Por exemplo, os pesquisadores viram que os participantes com aumento da temperatura da pele e diminuição do movimento geralmente também apresentavam uma contagem de células imunológicas mais alta – uma indicação de uma doença como um resfriado ou gripe. “Faz sentido porque se alguém está ficando doente, pode ter febre e provavelmente está mais cansado e menos ativo”, disse a Dra. Jessilyn Dunn, ex-bolsista de pós-doutorado que agora é professora assistente na Universidade Duke, nos Estados Unidos, e coautora do estudo.

Os pesquisadores também descobriram que o baixo débito eletrodérmico – ou menos suor – estava associado à desidratação e que as alterações na frequência cardíaca poderiam ser usadas para prever mudanças na oxigenação do sangue. Eles observaram, no entanto, que os dados do smartwatch não podiam prever com precisão valores como a contagem exata de glóbulos vermelhos, mas podiam sinalizar sinais precoces de que algo está errado, como um nível baixo de glóbulos vermelhos, o que pode ser um sinal de anemia.

Sinais como frequência cardíaca, temperatura corporal, atividade física e níveis de oxigênio geralmente não são suficientes para diagnosticar uma doença, mas as medições ainda são úteis para avaliar a saúde geral ou monitorar a recuperação após a cirurgia, disse o Dr. Snyder. Ele enfatizou que smartwatches não substituem um médico.

“Acho que é apenas o começo. Os dispositivos estão se tornando muito mais sensíveis e com muito mais recursos. Conforme a tecnologia continua a avançar, as pessoas estarão melhor equipadas para entender o que está acontecendo com sua própria saúde em tempo real, apenas por meio de seus dispositivos vestíveis”, concluiu o Dr. Michael Snyder.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Escola de Medicina da Universidade Stanford (em inglês).

Fonte: Hanae Armitage, Escola de Medicina da Universidade Stanford. Imagem: Tyler Hendy via Unsplash.

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