Notícia

Estudo identifica molécula envolvida na extinção do medo com potencial para desenvolver terapias para a ansiedade

Pesquisadores acreditam que descoberta de um novo mediador responsável pela alteração das memórias de medo pode contribuir para criar novas terapias mais eficazes para o tratamento de perturbações de ansiedade

karlyukav via Freepik

Fonte

Universidade de Coimbra

Data

segunda-feira, 12 fevereiro 2024 18:05

Áreas

Biologia. Bioquímica. Comportamento. Neurociências. Psicologia. Psiquiatria. Saúde Pública.

Uma equipe de pesquisa liderada pela Universidade de Coimbra, em Portugal, identificou um novo mediador responsável pela alteração das memórias de medo. Os cientistas acreditam que esta descoberta pode contribuir para criar novas terapias mais eficazes para o tratamento de perturbações de ansiedade. Estas patologias são marcadas por um medo exagerado ou inapropriado e por um déficit na extinção do medo, sendo uma das condições de saúde mais prevalentes em nível mundial e agravada pela pandemia.

No estudo que considera um modelo comportamental de extinção do medo, os cientistas conseguiram identificar “um aumento da ativação da proteína TrkC na amígdala – a região cerebral que controla a resposta do medo – na fase da formação da memória de extinção de medo, o que leva a um aumento da plasticidade sináptica [capacidade dos neurônios alterarem a forma como comunicam entre si em função dos estímulos que recebem]”, explicou a Dra. Mónica Santos, pesquisadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CIBB) da Universidade de Coimbra.

Atualmente, uma das opções terapêuticas para as perturbações de ansiedade são as terapias de exposição, que se baseiam no mecanismo de extinção do medo. No entanto, “as terapias de exposição, bem como o uso de fármacos, como ansiolíticos e antidepressivos, não são 100% eficazes no tratamento destes problemas de saúde e, por isso, esta investigação abre novas opções terapêuticas para esta categoria de perturbações”, disse a Dra. Mónica Santos.

“Este estudo valida a via TrkC como um potencial alvo terapêutico para indivíduos com doenças relacionadas com o medo, e revela que a combinação de terapias de exposição com fármacos que potenciam a plasticidade sináptica pode representar uma forma mais eficaz e duradoura para o tratamento de perturbações de ansiedade”, acrescentou.

Quanto aos próximos passos, a equipe de pesquisa pretende “identificar compostos que tenham a capacidade de ativar de forma específica a molécula TrkC e, assim, serem usados como fármacos aliados à terapia de exposição no tratamento de doentes com perturbações de ansiedade”, revelou a pesquisadora.

A pesquisa foi financiada pela Fundação BIAL, tendo contado com a participação de outros pesquisadores do CNC-UC – Gianluca Masella, Francisca Silva e Dr. Carlos B. Duarte – e de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). A pesquisa também teve a participação de pesquisadores da Universidade do País Basco.

Os resultados foram publicados na revista científica Molecular Psychiatry.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.

Fonte: Catarina Ribeiro e CNC, Universidade de Coimbra. Imagem: karlyukav via Freepik.

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