Notícia

Estudo do desenvolvimento embrionário das epilepsias

Pesquisadores do Instituto do Cérebro do RS fazem descoberta inédita

Camila Cunha, PUC-RS.

Fonte

PUC-RS

Data

quarta-feira, 8 junho 2016 14:30

Áreas

Neurologia. Neurociências. Biologia Celular e Molecular.

O neurocientista Daniel Marinowic, do Instituto do Cérebro do RS (InsCer) fez uma descoberta inédita relacionada às epilepsias causadas por Displasias Corticais Focais. Ele criou o primeiro modelo celular do mundo para estudar o desenvolvimento embrionário das epilepsias que não respondem a qualquer tipo de medicação e que são originadas pela doença. A proposta é entender o que acontece na formação do cérebro para que resulte em tantas alterações e na ocorrência da epilepsia.

Com o modelo celular, criado a partir de um pequeno pedaço de pele de pacientes que passaram por cirurgia, o neurocientista considera possível estudar a formação do córtex e as possíveis alterações que possam estar relacionadas. “Hoje, temos a placa da cultura aqui. Seguramos na mão o que pode nos direcionar a entender as displasias, porque o cérebro se formou assim e, talvez, até ajudar a encontrar um novo tratamento, contribuindo para a refratariedade aos medicamentos e, como consequência, da cirurgia”, diz o pesquisador.

O estudo foi desenvolvido com o grupo de pesquisa do Laboratório de Neurociências do InsCer. A equipe é formada por pesquisadores do InsCer e do Instituto de Pesquisas Biomédicas (IPB), pelo chefe do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas (HSL), Dr. André Palmini, pelo chefe do Serviço de Patologia, Dr. Vinicius Duval, pelo neurocirurgião Dr. Eliseu Paglioli, pela coordenadora do Laboratório de Biologia Celular e Molecular do IPB, Dra. Denise Cantarelli Machado, e coordenado pelo diretor do InsCer, Dr. Jaderson Costa da Costa, além da equipe de epilepsia do HSL e por alunos de graduação de Biologia e de pós-graduação em Medicina.

Criação do Modelo Celular

Para a criação do modelo foi utilizada a técnica IPSC (em português, célula tronco pluripotente induzida). Durante duas cirurgias realizadas no HSL, um pequeno pedaço de pele dos pacientes com displasia tipo IIb foi retirado (com consentimento). O fragmento foi então levado ao laboratório para ser reprogramado. “Usamos a pele como matriz e cultivamos in vitro um tipo celular estrutural que é o fibroblasto, célula mais abundante da derme. Passamos então a ter uma cultura de células de uma pessoa com displasia cortical”, explica o Dr. Marinowic. A chave da técnica é reprogramar a célula depois de cultivar o fibroblasto adulto, com uma exposição a quatro vetores virais (vírus respiratórios atenuados) que carregam genes de interesse e conferem a pluripotência. “Assim desenvolvemos uma célula com as mesmas características das embrionárias e com capacidade de gerar qualquer tipo celular. Se houver algo errado no desenvolvimento do cérebro, o neuro-desenvolvimento embrionário, vemos no laboratório uma possível alteração do processo”, afirma o pesquisador.

Próximo passo

A próxima etapa é confirmar os três achados, relacionados à proliferação celular, ao controle da morte celular e em proteínas de adesão celular. “Pode ser que a chave da refratariedade seja respondida aqui. Talvez a pessoa possa continuar seu tratamento com remédios, sem necessidade de cirurgia”, projeta o Dr. Marinowic.

Leia a reportagem completa na Revista PUCRS.

Fonte: Revista PUC-RS. Imagem: Camila Cunha, PUC-RS.

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