Notícia

Estudo avalia alteração da fala em pessoas com fissura labiopalatina

Resultados obtidos, com base em evidências científicas, devem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, a fim de aprimorar e ampliar os serviços oferecidos aos pacientes

Érico Xavier, FAPEAM

Fonte

FAPEAM | Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas

Data

quinta-feira, 19 março 2020 12:40

Áreas

Biomecânica e Reabilitação. Fonoaudiologia

A Fissura Labiopalatina (FLP), popularmente conhecida como “lábio leporino”, é uma malformação congênita que ocorre em consequência da falta de fusão entre os processos faciais embrionários entre a quarta e a décima segunda semana de gestação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada 650 crianças nasce com fissura lábio-palatina no Brasil. As causas envolvem fatores genéticos e ambientais, que podem atuar isoladas ou em associação.

Uma pesquisa  desenvolvida com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Bolsas de Pós-Graduação em Instituições fora do Estado do Amazona (PROPG- Capes/FAPEAM), buscou traçar um perfil dos resultados da fala de pessoas com casos de FLP  na Amazônia, após Palatoplastia (procedimento cirúrgico) primária e secundária, considerando suas limitações, dificuldades geográficas e sociais.

Intitulado “Prevalência de alterações de fala em indivíduos com fissura labiopalatina da Região Amazônica” o estudo é resultado da tese de doutorado da fonoaudióloga Dra. Laryssa Lopes de Araújo, sob orientação da professora Dra. Ana Paula Fukushiro da Universidade de São Paulo (USP), desenvolvido em parceria com o Laboratório de Fisiologia do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da USP e a Policlínica Governador Gilberto Mestrinho, no bairro Centro, em Manaus.

Trata-se de um estudo pioneiro envolvendo todas as variáveis da reabilitação do indivíduo com FLP na Região Amazônica. Os resultados obtidos, com base em evidências científicas, devem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas, a fim de aprimorar e ampliar os serviços oferecidos, para que todos os indivíduos com FLP possam ser contemplados com a reabilitação,  conforme ressaltou a pesquisadora.

Com o estudo foi possível concluir que os indivíduos com FLP da Região Amazônica apresentam, em sua maioria, alterações de fala após a Palatoplastia. “Piores resultados de fala foram observados entre os pacientes oriundos de regiões mais distantes da capital, com classificação socioeconômica baixa, com idade da Palatoplastia primária superior a três anos. Também foi possível observar melhores resultados de fala em indivíduos operados no atual serviço, pois estão sendo operados em idade adequada (ou mais próximo dela)”, relata a Dra. Laryssa.

Aplicabilidade

O estudo foi realizado com 420 pessoas com FLP, de ambos os sexos, com idade entre 4 e 57 anos. Os pacientes foram submetidos a gravação de fala em sistema de áudio e, posteriormente,  foi realizada análise criteriosa de três fonoaudiólogas experientes na avaliação de fala em FLP, que julgaram diferentes estímulos de fala, a fim de classificar o grau de hipernasalidade e a presença ou ausência de sintomas ativos da fala, mais conhecidos como articulações compensatórias.

Realizou-se também uma análise dos prontuários com objetivo de fazer um levantamento dos aspectos sociodemográficos, entre eles: procedência (Manaus capital, interior do Amazonas ou outro estado), classificação socioeconômica, tipo de fissura, sexo, serviço no qual realizou as cirurgias primárias, técnica cirúrgica utilizada nas cirurgias de palato primária e secundária, idade na ocasião das cirurgias primárias e secundárias de palato e idade na ocasião das avaliações de fala.

Acesse a notícia completa na página da FAPEAM.

Fonte: Jessie Silva, FAPEAM. Imagem: Dra. Laryssa Lopes de Araújo. Fonte: Érico Xavier, FAPEAM.

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