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Ultrassom intestinal: uma maneira mais humana de monitorar pacientes com doença de Crohn e colite ulcerativa
Para um paciente diagnosticado com uma doença inflamatória intestinal (DII), as chances de ter que repetir colonoscopias são altas. A condição, marcada por diarreia frequente, dor abdominal, fadiga e perda de peso, exige que os médicos fiquem de olho no intestino – e, até recentemente, isso significava repetir colonoscopias.
Em vez disso, pode ser feito um ultrassom intestinal para observar o intestino, o que envolve apenas pressionar uma sonda de imagem contra a parte externa do abdome inferior.
“Uma ressonância magnética, que usamos para examinar o intestino delgado, requer uma consulta, jejum e uso de contraste por via intravenosa e/ou oral, e a colonoscopia requer tomar laxantes no dia anterior, juntamente com jejum, sedação e um compromisso. É difícil para os pacientes, que já estão sofrendo”, disse a Dra. Rishika Chugh, professora da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Francisco (UCSF), nos Estados Unidos, motivada a abrir uma clínica por empatia com os pacientes.
“Com o ultrassom, posso fazer o exame ali mesmo durante uma visita à clínica”, acrescentou a Dra. Rishika Chugh. “O paciente está totalmente acordado e pode me dizer onde dói. Posso falar com eles sobre o que estou fazendo e os resultados são imediatos. É muito menos invasivo e meus pacientes adoram”.
A DII, que compreende a doença de Crohn e a colite ulcerativa, afeta 1,3% da população dos EUA e é responsável por 3 milhões de novos diagnósticos a cada ano. É uma doença autoimune e pode ser tratada com ácidos 5-aminossalicílicos, imunomoduladores, corticosteroides e, em alguns casos, cirurgia. Frequentemente, os pacientes devem tentar vários tipos diferentes de tratamento antes de encontrar um que funcione melhor em longo prazo.
A Dra. Chugh usa principalmente o ultrassom intestinal para monitorar a resposta a novos medicamentos ou mudanças no tratamento. Ela também pode usá-lo para ver como o intestino está cicatrizando após a cirurgia ou para procurar complicações da doença, como abscesso ou fístula.
“O ultrassom é realmente útil aqui porque muitas vezes estamos agendando quatro meses para colonoscopias e pelo menos dois meses para ressonância magnética, e isso é um intervalo muito longo quando você está ajustando os medicamentos”, disse a professora. “Com o ultrassom, geralmente consigo ver os pacientes em questão de dias.”
Única clínica no norte da Califórnia
Ainda haverá momentos em que a ressonância magnética ou a colonoscopia serão necessárias, enfatizou a médica. “Não podemos usar o ultrassom para rastrear o câncer – e isso é importante, porque os pacientes com DII correm maior risco de câncer de cólon. A ultrassonografia intestinal também é limitada em termos de avaliação do intestino delgado e do reto e, claro, não podemos fazer biópsias com esse método”, destacou a professora.
Iniciar a clínica não foi fácil. Embora o ultrassom seja comum na Europa e na Austrália e os residentes médicos sejam rotineiramente treinados nele, o sistema de educação médica dos EUA não o prioriza da mesma forma, disse a Dra. Rishika Chugh. Como resultado, o treinamento [em ultrassom nos EUA] é intensivo e caro.
“Atualmente, [ainda] há menos de duas dúzias de gastroenterologistas nos EUA treinados para usar o ultrassom intestinal nos casos de DII em adultos”, concluiu a Dra. Rishika Chugh.
Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em San Francisco (em inglês).
Fonte: Jess Berthold, UCSF.
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