Destaque

Menos estresse para mulheres que conhecem seu risco genético de câncer de mama

Fonte

Universidade de Nova Gales do Sul

Data

sexta-feira. 13 agosto 2021 06:20

Ninguém gosta de receber más notícias, principalmente quando se trata de saúde. Mas um estudo recente com mulheres em risco de desenvolver câncer de mama sugere que saber seu perfil de risco genético não leva a angústia de longo prazo e leva a menos arrependimentos do que não querer saber sobre isso em primeiro lugar.

A pesquisa, liderada pela Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW), na Austrália, analisou como a comunicação do risco de câncer de mama afetou mulheres que se submeteram a testes genéticos.

A autora principal, Dra. Tatiane Yanes, disse que o estudo se concentrou em mulheres que se submeteram a testes genéticos para determinar seu escore de risco poligênico (PRS) – uma análise de 62 variantes genéticas além dos dois indicadores usuais de câncer de mama encontrados nos genes BRCA1 e BRCA2.

“PRS é um novo tipo de teste genético e informação genética que não fomos capazes de oferecer antes porque estivemos focando apenas em genes únicos”, disse a Dra. Yanes, que conduziu o estudo como parte de seu doutorado na UNSW, e agora está na Universidade de Queensland.

“A grande maioria das mulheres que fazem o rastreio dos genes BRCA dá negativo, mas isso nem sempre significa que não há risco de câncer da mama. O PRS analisa de forma muito mais ampla as variantes em seu DNA”, destacou a pesquisadora.

Uma variante genética é uma pequena mudança nas moléculas básicas que compõem o DNA. Por conta própria, eles não significam necessariamente um risco maior. Porém, quanto mais variantes forem encontradas no DNA, maior será o PRS.

“Estudos anteriores mostraram que obter um PRS para câncer de mama tem o potencial de melhorar os resultados de saúde. Mas é a primeira vez que olhamos como reagem as mulheres que recebem essas informações. Isso causa mais estresse, ou o reduz, e pode trazer comportamentos positivos em mulheres que já foram diagnosticadas com ele ou têm histórico familiar de câncer de mama?”, disse a Dra. Tatiane Yanes.

Dos 208 participantes do estudo, 165 mulheres (80%) concordaram em receber seu PRS, enquanto as 43 participantes restantes recusaram ser informadas. Entre as mulheres que concordaram em ouvir suas pontuações (apelidadas de “receptoras”), 104 receberam uma pontuação de alto risco, enquanto as 61 restantes foram avaliadas como de baixo risco.

Não surpreendentemente, o estudo descobriu que mulheres com maior PRS experimentaram um pouco mais de angústia e ansiedade ao receber o resultado do que aquelas com baixo PRS, “mas não foi realmente uma lacuna tão grande para justificar apoio psicológico adicional”, concluiu a pesquisadora.

Os resultados da pesquisa foram publicados na revista científica Genetics in Medicine.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).

Fonte: Lachlan Gilbert, Universidade de Nova Gales do Sul.

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