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Estudo identifica como o cérebro liga memórias

Fonte

UCLA | Universidade da Califórnia em Los Angeles

Data

quarta-feira. 1 junho 2022 07:40

O cérebro raramente grava memórias únicas. Em vez disso, ele armazena memórias em grupos para que a lembrança de uma memória significativa desencadeie a lembrança de outras que estão conectadas cronologicamente. À medida que envelhecemos, no entanto, nossos cérebros perdem gradualmente essa capacidade de vincular memórias relacionadas.

Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, descobriram um mecanismo molecular chave por trás dessa ligação de memória. Eles também identificaram uma maneira de restaurar geneticamente essa função cerebral em camundongos idosos – e um medicamento aprovado pela FDA que alcança a mesma coisa.

Publicados na revista científica Nature, os resultados sugerem um novo método para fortalecer a memória humana na meia-idade e uma possível intervenção precoce para a demência.

“Nossas memórias são uma grande parte de quem somos”, disse o Dr. Alcino Silva, autor da pesquisa e professor de Neurobiologia e Psiquiatria da Escola de Medicina da UCLA. “A capacidade de vincular experiências relacionadas nos ensina como permanecer seguros e viver com sucesso no mundo.”

As células cerebrais estão repletas de receptores. Para entrar em uma célula, uma molécula deve se prender a um receptor específico, que funciona como uma maçaneta para fornecer acesso ao interior. A equipe da UCLA se concentrou em um gene que codifica um receptor para moléculas CCR5 – o mesmo receptor ao qual o HIV se liga para infectar células cerebrais e causar perda de memória em pacientes com AIDS.

À medida que as pessoas envelhecem, a quantidade de CCR5 expressa no cérebro aumenta e, como demonstrou pesquisa anterior, o aumento da expressão do gene CCR5 reduz a recuperação da memória.

No estudo atual, o professor Silva e seus colegas descobriram um mecanismo fundamental subjacente à capacidade dos camundongos de vincular memórias de suas experiências em duas gaiolas diferentes. Um minúsculo microscópio ‘abriu uma janela’ para o cérebro dos animais, permitindo que os cientistas observassem os neurônios disparando e criando novas memórias.

Eles descobriram que o aumento da expressão do gene CCR5 no cérebro de camundongos interferiu na ligação da memória. Os animais esqueceram a conexão entre as duas gaiolas. Mas quando os cientistas deletaram o gene CCR5 nos animais, os camundongos foram capazes de vincular memórias que os camundongos normais não conseguiam.

O Dr. Alcino Silva havia estudado anteriormente o medicamento maraviroc, que a agência regulatória FDA nos EUA aprovou em 2007 para o tratamento da infecção pelo HIV. Seu laboratório descobriu que o maraviroc também suprimiu o CCR5 no cérebro de camundongos.

“Quando demos maraviroc a camundongos mais velhos, a droga duplicou o efeito de deletar geneticamente o CCR5 de seu DNA”, disse o professor Silva, que também é membro do Instituto de Pesquisa do Cérebro da UCLA. “Os animais mais velhos foram capazes de vincular memórias novamente.”

A descoberta sugere que, além de reverter os déficits cognitivos causados ​​pela infecção pelo HIV, o maraviroc também pode ser usado para ajudar a restaurar a perda de memória na meia-idade. “Nosso próximo passo será organizar um estudo clínico para testar a influência do maraviroc na perda de memória precoce com o objetivo de intervenção precoce. Uma vez que entendamos completamente como a memória diminui, teremos o potencial de desacelerar o processo”, concluiu o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Califórnia em Los Angeles (em inglês).

Fonte: Elaine Schmidt, UCLA.

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