Notícia

Cientistas criam biossensor para diagnóstico de infarto

Dispositivo a base de nanomateriais pode ser utilizado para diagnosticar infarto de maneira precisa e mais rápida do que os exames tradicionais

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Fonte

UFU | Universidade Federal de Uberlândia

Data

quarta-feira, 1 abril 2020 07:50

Áreas

Bioeletrônica. Cardiologia. Engenharia Biomédica.

De acordo com o Dr. Rodrigo Penha, médico cardiologista da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), os sintomas típicos do infarto são aperto no peito com irradiação da dor para os membros superiores. Penha explica que há casos assintomáticos, mas é preciso ficar atento aos fatores de risco. “O grupo de risco para infarto agudo do miocárdio são pessoas diabéticas, hipertensas, com colesterol alto, com estresse elevado e sedentárias”, afirma o especialista.

Recentemente, cientistas da UFU receberam a patente – concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) – por um dispositivo óptico capaz de fazer o diagnóstico de lesões no coração causadas pelo infarto. O aparelho foi inventado em 2012, durante o mestrado no Instituto de Química da UFU, defendido por Luciano Pereira Rodrigues, atualmente professor no Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM). A pesquisa foi orientada pelo professor Dr. João Marcos Madurro, do Instituto de Química da UFU, e co-orientada pela professora Dra. Ana Gracci Brito Madurro, do Instituto de Genética e Bioquímica (INGEB) da UFU.

Diagnóstico

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o diagnóstico tem três vertentes: clínico, eletrocardiográfico e bioquímico, porém, eles podem ser inconclusivos. A responsável técnica pelo laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Jassiara Macedo, explica que o exame bioquímico mais usado atualmente em hospitais é o teste cromatográfico para proteínas. “Para o teste, a gente goteja soro sanguíneo, coletado do paciente, em um gel e o resultado fica pronto em cinco minutos, porém, não é um teste muito específico, podendo levar a um resultado de falso negativo, ou seja, o paciente pode estar tendo um infarto, mas o exame não detecta”, revela Jassiara.

O “padrão ouro” seria revelar a presença de proteína Troponina T, exclusiva do músculo cardíaco, que é liberada na corrente sanguínea assim que começa a lesão. O teste imunoenzimático, chamado de ELISA, é capaz de identificar essa proteína específica. A analista clínica ressalta que, nesse teste, mesmo a baixa concentração dessa proteína indicaria infarto. “Apesar da eficiência do ELISA, os laboratórios de pronto-socorro não costumam optar por ele, porque o resultado pode levar de quatro a seis horas para ficar pronto”.

Nova Tecnologia

Os pesquisadores criaram um teste que detecta as proteínas Troponinas T por meio de um sensor. “Sobre uma plataforma de vidro, depositamos um filme polimérico, que imobiliza o anticorpo-troponina. As proteínas Troponina T vão se ligar ao anticorpo; por consequência a Troponina T fica aderida”, explica Luciano Rodrigues.

Ainda segundo Luciano Rodrigues, para que essa ligação fique visível, eles marcaram um outro anticorpo-troponina com um nanomaterial com propriedades fluorescentes excepcionais, formando uma espécie de sanduíche. “O dispositivo incide um laser azul sobre a amostra; se ela emitir uma luz verde indica tem anticorpo ligado a Troponina T, ou seja, o paciente está com uma lesão causada por infarto, mas se o paciente estiver com outro problema ou saudável nenhuma emissão de luz será observada” descreve o pesquisador.

A especificidade elevada não é o único ponto positivo desse invento dos pesquisadores da UFU. Trata-se de um teste sensível como o ELISA e ágil na obtenção do resultado como o teste cromatográfico em gel. “O resultado por meio dessa tecnologia pode ser obtido em até 15 minutos; para isso, ainda é preciso fazer ajustes para otimizar a detecção, assim como trabalhar na portabilidade do dispositivo para disponibilizá-lo aos hospitais”, concluiu Luciano Rodrigues.

Acesse a notícia completa na página da UFU.

Fonte: Thiago Crepaldi, Portal Comunica UFU. Imagem: Freepik.

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