Notícia

Centenas de marcadores genéticos ligados à pressão arterial são descobertos

Mais de 500 novas regiões genéticas que influenciam a pressão sanguínea das pessoas foram descobertas no maior estudo genético global sobre o tema até o momento

Getty Images

Fonte

Imperial College de Londres

Data

quinta-feira, 20 setembro 2018 14:05

Áreas

Medicina. Biologia. Genética.

Pesquisadores da Universidade Queen Mary e do Imperial College de Londres, no Reino Unido, usaram dados de mais de um milhão de pessoas para melhorar o entendimento dos efeitos da genética sobre a pressão sanguínea. O estudo descobriu mais de 500 novas regiões genéticas que influenciam a pressão sanguínea das pessoas, no maior estudo genético global sobre o tema até o momento. De acordo com os pesquisadores, as descobertas significam que quase um terço da previsão da transmissão genética da pressão arterial está agora explicada.

Em artigo publicado na revista científica Nature Genetics, eles relatam um forte papel desses genes, não apenas nos vasos sanguíneos, mas também nas glândulas supra-renais e na gordura corporal. A hipertensão arterial é um importante fator de risco para acidente vascular cerebral e doença cardíaca e foi responsável por uma estimativa de 7,8 milhões de mortes em todo o mundo em 2015.

Embora os fatores de risco no estilo de vida sejam relativamente bem conhecidos e incluam obesidade, tabagismo, álcool e alto consumo de sal, a hipertensão também é altamente hereditária. Antes deste estudo, no entanto, a arquitetura genética da pressão arterial não havia sido bem compreendida.

Marcadores Genéticos

“Identificar esses tipos de sinais genéticos nos ajudará cada vez mais a dividir os pacientes em grupos com base no risco de doenças”, disse o Dr. Paul Elliott, professor do Imperial College e um dos coordenadores do estudo.  “Ao identificar os pacientes que têm o maior risco subjacente, podemos ser capazes de direcioná-los e ajudá-los a mudar os fatores de estilo de vida que os tornam mais propensos a desenvolver doenças, bem como permitir que os médicos os tratem com mais antecedência, reduzindo a carga no sistema de saúde e aumentando a qualidade de vida das pessoas ”, explica o especialista.

O professor Mark Caulfield, da Universidade Queen Mary de Londres, e diretor do Centro de Pesquisa Biomédica NIHR Barts, acrescentou: “Este é o maior avanço na genética da pressão arterial até o momento”.

No estudo, os pesquisadores analisaram dados genéticos de mais de um milhão de pessoas – incluindo quase 500.000 do banco de dados britânico Biobank – e cruzaram a informação genética com seus dados de pressão arterial.

Ao comparar o grupo com o maior risco genético de hipertensão com aqueles do grupo de menor risco, a equipe verificou que todas as variantes genéticas estavam associadas a uma pressão arterial 13 mmHg mais alta, com risco de hipertensão 3,34 vezes maior e aumento de 1,52 vezes do risco de eventos cardiovasculares potencialmente severos.

O estudo indica alguns possíveis novos alvos para o desenvolvimento de medicamentos e sugere que alguns medicamentos prescritos para outras doenças poderiam ser reaproveitados para o tratamento da hipertensão.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Imperial College de Londres (em inglês).

Fonte: Ryan O’Hare, Imperial College. Imagem: Getty Images.

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