Notícia

Biomesh, impressa em 3D, pode minimizar complicações pós-cirúrgicas em reparo de hérnias

Nova proposta de malha cirúrgica impressa em 3D para hérnias foi testada em modelos animais por pesquisadores do ‘Baylor College of Medicine’, nos Estados Unidos

Dra. Crystal Shin e Dr. Ghanashyam Acharya

Fonte

Baylor College of Medicine

Data

segunda-feira, 1 fevereiro 2021 10:30

Áreas

Biomateriais. Biomecânica. Cirurgia. Manufatura Aditiva. Medicina.

Hérnia é uma das lesões mais comuns dos tecidos moles e podem desenvolver complicações graves, portanto, sua correção pode ser recomendada. O reparo consiste na implantação cirúrgica de uma tela protética para apoiar e reforçar o tecido danificado e facilitar o processo de cicatrização. No entanto, as malhas implantáveis usadas atualmente podem estar associadas a complicações pós-cirúrgicas potencialmente adversas.

“Embora os implantes de malha para hérnia sejam mecanicamente fortes e sustentem o tecido abdominal, fazendo com que o paciente se sinta confortável inicialmente, é um problema comum que cerca de três dias após a cirurgia o implante possa causar inflamação, que em duas a três semanas poderá afetar órgãos próximos”, disse a Dra. Crystal Shin, professora de cirurgia no Baylor College of Medicine, nos Estados Unidos, e principal autora de novo estudo que procura  encontrar uma solução para as complicações pós-cirúrgicas em casos de hérnias.

Os implantes de malha falham principalmente porque promovem a adesão do intestino, fígado ou outros órgãos viscerais à tela. À medida que as aderências aumentam, a tela encolhe e endurece, podendo causar dor crônica, obstrução intestinal, sangramento e baixa qualidade de vida. Alguns pacientes podem precisar de uma segunda cirurgia para reparar a primeira.

“A inflamação também é uma preocupação séria”, disse o Dr. Ghanashyam Acharya, professor de cirurgia do Baylor College. “Atualmente, a inflamação é controlada com medicamentos ou anti-inflamatórios, mas esses medicamentos também atrapalham o processo de cicatrização porque bloqueiam a migração de células do sistema imunológico para o local da lesão”.

“Para lidar com essas complicações, desenvolvemos uma abordagem não farmacológica ao projetar uma nova tela que, além de fornecer suporte mecânico ao local da lesão, também atua como um sistema modulador da inflamação”, destacou a Dra. Shin.

Biomesh impressa em 3D minimiza complicações pós-cirúrgicas de reparo de hérnia em modelo animal

A nova proposta, chamada Biomesh,  minimizou efetivamente as complicações pós-cirúrgicas do reparo de hérnia em modelo animal. Os pesquisadores examinaram a Biomesh por quatro semanas após seu implante. Eles descobriram que a Biomesh havia capturado cerca de três vezes a quantidade de citocinas capturadas pela malha comumente usada. As citocinas têm vida curta no corpo. À medida que se degradam, eles permitem que a malha capture mais citocinas.

É importante ressaltar que nenhum tecido visceral aderiu à nova Biomesh, enquanto o nível de adesão do tecido foi extremo no caso da tela comumente usada. Esses resultados confirmaram que a novo Biomesh é eficaz na redução dos efeitos da resposta inflamatória e na prevenção de aderências viscerais. Além disso, a nova tela não impediu a cicatrização da parede abdominal após correção cirúrgica de hérnia em modelos animais.

“Esta Biomesh é única e projetada para melhorar os resultados e reduzir complicações e sintomas agudos e de longo prazo associados ao reparo de hérnia. Com mais de 400.000 cirurgias de reparo de hérnia realizadas todos os anos nos EUA, a nova Biomesh atenderia a uma grande demanda”, disse a Dra. Crystal Shin.

“Não existe [atualmente] uma tela cirúrgica multifuncional disponível, e o desenvolvimento da Biomesh amplamente aplicável seria um grande avanço no reparo cirúrgico de hérnias e outros defeitos de tecidos moles. Estamos conduzindo mais estudos pré-clínicos antes que nossa abordagem possa ser levada para a clínica. A fabricação da Biomesh é altamente reprodutível, escalonável e modificável”, concluíram os pesquisadores.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Advanced Materials.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do ‘Baylor College of Medicine’ (em inglês).

Fonte: Ana María Rodríguez, Baylor College of Medicine. Imagem: Dra. Crystal Shin e Dr. Ghanashyam Acharya.

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