Notícia

Aplicativo para daltônicos: projeto busca parcerias

Iniciativa pretende personalizar experiência visual e facilitar dia a dia de pessoas com discromatopsia

Thifany Batista, da Agência Facto

Fonte

UnB | Universidade de Brasília

Data

quarta-feira, 12 junho 2019 18:25

Áreas

Computação. Inclusão Social.

O daltonismo, também chamado de discromatopsia, é um um distúrbio que influencia na percepção das cores. A doença é uma condição geneticamente hereditária e recessiva, ligada ao cromossomo sexual X. A maioria dos casos incide sobre homens, mas mulheres também podem portar a deficiência e transmiti-la aos filhos. Normalmente, o diagnóstico é simples e, muitas vezes, feito pela própria família, como foi o caso de Felipe Spínola, egresso do curso de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB) e autor do Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Desenvolvimento de aplicativo móvel para auxílio de indivíduos com discromatopsia utilizando visão computacional”.

Segundo o Dr. Flávio Vidal, professor do Departamento de Ciência da Computação da UnB e pesquisador em visão computacional – área da ciência que abrange máquinas com a capacidade de “enxergar” –, a comunidade daltônica é significativa, o que abre uma perspectiva de explorar melhorias para esse grupo da sociedade.

Segundo ele, cerca de 5% a 8% da população brasileira é daltônica, mas muitos não sabem que têm a doença. Apesar de existirem recursos para essa parcela da sociedade, de forma geral, o docente afirma que são estáticos e generalistas. “As soluções mais comuns para os daltônicos não permitem sua adequação a cada um dos possíveis casos de daltonismos existentes e suas intensidades de manifestação,” pontua.

Durante o curso de graduação, então, Spínola teve a ideia de desenvolver um aplicativo para auxiliar pessoas com variações de daltonismo e minimizar os efeitos da doença na vida das pessoas. O mecanismo de funcionamento consiste em amparar a ação de recognição de cores.

O programa é mobile, isto é, voltado para dispositivo móvel, utilizado juntamente com a câmera do aparelho. De acordo com o professor, que orientou o trabalho de Spínola, “pode ser facilmente migrado para óculos inteligentes como o Google Glass”, aquele equipamento que incorpora as funcionalidades de dispositivos de realidade aumentada em óculos tradicional.

Outra das vantagens do aplicativo é a personalização, que é feita na etapa inicial. Na primeira utilização, a pessoa realiza o teste de Ishihara, no qual serão mostradas simultaneamente 24 imagens cuja finalidade é reconhecer o tipo de daltonismo do usuário. A partir disso, o programa é configurado e adaptado para identificar as cores que o indivíduo não distingue, o que torna o aplicativo único para cada indivíduo.

Benefícios

Tanto professor quanto aluno enfatizam o impacto social que o aplicativo pode oferecer. “Imagine que o daltônico não se engane com atividades do cotidiano, como pegar um talão de cheque. Pense no dia a dia, no supermercado. Um exemplo simples: o biscoito que ele gosta muda de embalagem. Como identificar esse biscoito?”, indaga o docente.

O professor volta os estudos para aplicações que envolvam rastreamento e análise de movimento em imagens, campo que, segundo ele, “é um dos mais conceituados por grandes empresas como Facebook e Microsoft, pois tem chamado muita atenção do mercado para o que pode ser feito em diversas áreas, tais como segurança, automação, análise de dados, entre outras”.

Hoje, a intenção do docente é ampliar essa tecnologia de forma que atenda também a outros tipos de restrições visuais. E, para isso, ele busca mais estudantes que tenham interesse em participar da realização do projeto.

Mesmo com impacto positivo, avanços e diferenciais em relação a outras soluções, o protótipo ainda está sem financiadores. “Estamos procurando parcerias para continuar com o projeto”, diz o Dr. Flávio Vidal, que ressalta que esse é um mercado com ampla margem de crescimento.

Acesse a notícia completa na página UnBCiência.

Fonte:  Bruna Chagas e Daumildo Júnior, da Agência Facto para o Secom/UnB. Imagem: Thifany Batista, da Agência Facto.

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