Notícia
Produtos infantis: pais devem estar atentos
Produtos cosméticos, de higiene ou de uso da criança devem passar por testes de segurança
Pixabay
Fonte
Sociedade Brasileira de Pediatria
Data
quarta-feira, 30 março 2016 08:20
Áreas
Dermatologia. Dermatologia Pediátrica. Pediatria. Regulação. Alergologia.
O uso de produtos cosméticos em crianças é cada vez mais frequente. Em parte, devido ao apelo das indústrias que oferecem uma ampla gama de produtos; em parte pela vontade dos pais em proporcionar o que há de melhor para os seus filhos. Entretanto, algumas dúvidas são comuns aos pais:
– Quais os melhores produtos?
– Deve-se usar estes produtos cosméticos?
– A partir de que idade a saúde da criança não será prejudicada?
Todos os produtos infantis como xampu, creme hidratante e gel para cabelo, entre outros, devem passar por testes para garantir a segurança do consumidor – medindo, por exemplo, seu potencial de irritar a pele e de provocar alergias. A Anvisa possui regras rigorosas para a liberação de produtos destinados às crianças.
Como a pele das crianças é mais fina, mais sensível e possui distribuição mais densa de glândulas, os produtos para elas devem conter menos substâncias químicas capazes de causar irritação e futuras reações alérgicas. O pH da pele é ácido, em torno de 5,5, e este “manto ácido” é o responsável pela proteção e pelo equilíbrio da flora normal da pele.
No sabonete, por exemplo, deve-se tomar cuidado com o pH. O uso de sabonetes com pH muito alcalino pode levar a uma alteração do pH da pele e deixá-la mais suscetível a infecções e irritações.
A maioria dos sabonetes infantis não informa o pH no rótulo. Além disso, o pH da maioria dos sabonetes em barra é mais alcalino que os líquidos e, portanto, são mais irritantes e ressecam mais a pele. Nem sempre o fato de um produto se dizer “infantil” ou “neutro” indica que ele é bom ou que não vai irritar a pele.
Como regra geral, são recomendados os sabonetes líquidos, com fragrâncias suaves, que tenham sido dermatologicamente testados. Os sabonetes antissépticos ou antibacterianos não devem ser utilizados como rotina.
Outros produtos como maquiagens, esmaltes, pinturas ou tatuagens podem causar sérias irritações na pele das crianças. A utilização cada vez mais precoce desses produtos faz com a pele da criança seja sensibilizada muito cedo, aumentando a chance de reações alérgicas. Os esmaltes são causas frequentes de alergias no rosto e ao redor dos olhos nas meninas. O uso de produtos perfumados, roupas e calçados sintéticos, materiais desportivos contendo borracha (óculos de natação, caneleiras) e produtos de higiene ou de limpeza podem ser sérios candidatos a provocar reações na pele das crianças.
Antes de comprar qualquer produto para o bebê ou a criança, os pais devem observar se ele é liberado pela Anvisa. Verificar ainda se ele vem de um fabricante confiável e se é adequado à idade da criança. É importante, também, buscar orientação com o pediatra. Além disso, quanto mais precoce a exposição a diferentes produtos, maior a chance de sensibilização.
As tatuagens de “henna” são frequentemente combinadas com uma substância química chamada parafenilenodiamina, que deixa a cor escura, mais parecida com uma tatuagem de verdade. Várias reações alérgicas a essa substância têm sido descritas em crianças, muitas vezes com formação de bolhas e cicatrizes. A criança que apresentou alguma reação alérgica a esta substância não pode mais entrar em contato com a mesma.
A utilização cada vez mais precoce de maquiagens e esmaltes tem aumentado consideravelmente a ocorrência de dermatites de contato, principalmente nas meninas.
Como não é possível prever se a criança é ou não alérgica a determinado produto, deve-se ter bom senso. Não há uma idade “segura” para indicar a introdução de produtos cosméticos, mas quanto menor for a sensibilização na infância, melhor. Infelizmente, muitas vezes, somente depois de várias exposições à substância alergênica é que ocorrem as reações.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem se empenhado junto à Anvisa para discutir este assunto e garantir maior segurança no consumo destes produtos por crianças.
Fonte: Departamento de Dermatologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria. Imagem: Pixabay.
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