Fonte

ADAP

Data

3 dezembro 2014

Apesar de ser uma tecnologia recente, os primórdios do IC têm mais de 200 anos. É claro que se tratam apenas de pequenos experimentos, incomparáveis com a modernidade dos aparelhos de hoje. No entanto, podemos dizer que foi no século XVIII que os primeiros passos foram dados em direção a complexidade do Implante Coclear.

Tudo começou com um italiano chamado Alessandro Volta, conhecido mundialmente por inventar a primeira pilha elétrica. No ano de 1800, o cientista colocou em seu próprio ouvido duas placas de metal, e criou entre elas uma corrente de 50 Volts. O experimento não deu muito certo, porque Volta acabou desmaiando. Antes disso, porém, ele relata que ouviu “um ruído parecido com água fervente”, que cessou assim que ele desligou a corrente.

Nos anos seguintes, outros cientistas tentaram repetir o trabalho de Volta. Foi notado que conforme era alterado a fonte de estimulação e a forma de estímulo, sensações diferentes eram provocadas. Por exemplo, 50 anos após o primeiro experimento, o francês Duchenne de Boulogne repetiu o experimento de Volta, mas utilizou uma corrente alternada. Ele descreveu o som do resultado como “um inseto encurralado entre uma vidraça e uma cortina”… Bastante diferente, não?

Depois de um longo período sem experimentos, o tema ressurgiu em 1930 com os psicólogos Glen Wever e Charles Bray. Eles descobriram que nosso ouvido era capaz de gerar um estímulo elétrico como resposta a uma estimulação auditiva. Seis anos depois, os russos Gersuni e Volkov concluiram que a cóclea era o órgão responsável pela captação do sons. Com isso, eles conseguiram determinar que os próximos experimentos deveriam ser aplicados na cóclea para obter um sucesso maior.

Foi só no dia 25 de fevereiro de 1957 que foi relatado a primeira experiência de estimulação do nervo auditivo através da inserção de um eletrodo no ouvido de uma pessoa surda. O responsável pelo feito foi o francês Andre Djourno. O paciente implantado conseguiu reconhecer palavras simples, percebia o ritmo da fala e disse que o implante ajudava na leitura labial. Um detalhe interessante é que Djourno acreditava que suas descobertas eram benefícios para a humanidade, assim, ele se recusou a registrar sua invenção e a vender patentes para empresas comerciais.

Baseado no sucesso de Djourno, vários pesquisadores se dedicaram ao estudo e desenvolvimento do implante coclear na década de 60. Estes primeiros equipamentos eram bem simples: chamados de monocanais, eles produziam estímulos através de um único eletrodo que emitia uma descarga elétrica. Eles tornavam o paciente capaz de perceber os sons da fala, mas não eram suficientes para que o deficiente auditivo conseguisse discriminar as palavras e entender o que era dito.

Foi só na década de 80 que o Implante ganhou essa eficiência e se tornou parecido com o que temos hoje. Com o surgimento dos implantes “multicanais”, que permitiam uma percepção dos sons muito melhor, o IC se popularizou e se expandiu. Estes implantes estimulavam diferentes regiões da cóclea e, conforme a região estimulada, diferentes sensações de frequência eram produzidas.

No Brasil, o primeiro implante com tecnologia avançada foi realizado em 1990, no Centrinho de Bauru. Atualmente, temos aproximadamente 7 mil implantados no Brasil, número que cresce a cada dia e tende a crescer ainda mais. Com essa evolução tão rápida da tecnologia, o que será que podemos ter nos próximos anos e décadas? Teremos que esperar para ver!

Por Renan Fantinato.

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